quinta-feira, 21 de maio de 2015

Clássicos no cinema


Há oito anos, tive a oportunidade de assistir a uma das maiores obras-primas da sétima arte, em uma sala de cinema tradicional do Rio de Janeiro. Era uma cópia recém-remasterizada de “O Poderoso Chefão”, saída diretamente do acervo pessoal do diretor Francis Ford Coppola. A exibição foi dentro da programação do Festival do Rio, no Palácio, cinema que hoje está fechado.

Na época, eu não poderia ter ganhado presente melhor. A experiência de assistir a um filme clássico como esse foi potencializada por estar vendo em uma sala de cinema. “O Poderoso Chefão” é de 1972, 25 anos antes do meu nascimento; logo, a experiência seria impossível, não fosse essa exibição do Festival.

O avanço da tecnologia permitiu que nós assistíssemos aos filmes no conforto do nosso lar, primeiro com a chegada da televisão, depois do videocassete e do VHS, passando pela invenção do home theater, do DVD, do Blu-Ray, culminando com o surgimento do Netflix e a possibilidade de vermos um filme em qualquer lugar, na tela do celular. Nada disso foi o suficiente para substituir o prazer que é ver um filme em uma sala de cinema.

Imagine a cena: em 1960, Alfred Hitchcock exigiu em contrato que nos cinemas onde o filme “Psicose” fosse exibido, nenhum espectador poderia entrar depois dos primeiros 15 minutos. Isso para não estragar a surpresa que o longa-metragem traz logo no seu início, a famosa cena do chuveiro, com a morte da protagonista. Hoje, falar dessa cena já não é nenhum spoiler, mas na época, mostrar um assassinato na tela grande era algo muito chocante para o público. Hitchcock conseguiu exibi-lo com uma montagem sutil da cena, sem de fato “mostrar” as facadas do assassino. Mesmo assim, jornais da época relataram o pânico vivido pelas pessoas nas cadeiras, com desmaios, gritos e correria.


Apesar de ser um filme datado, a sensação de assistir a “Psicose” pela primeira vez é algo que, obviamente, as gerações atuais não poderão ter, mas a sensação nostálgica pode ser vivida em mostras especiais.


Recentemente, assisti em um cinema da rede Cinemark ao filme “Um Corpo que Cai” (1958), também de Hitchcock. Apesar de já conhecer a história, assisti-la no cinema e ter a mesma experiência dos espectadores de 57 anos atrás é algo de muito significado, especialmente para quem é fã da sétima arte.
Essa experiência não está tão longe assim de nós. De vez em quando, algum festival de cinema promove a exibição de filmes clássicos. No ano passado, o Festival de Cinema de Brasília trouxe alguns clássicos brasileiros, como “Macunaíma” e “Bye Bye Brasil”. Mas não é preciso esperar pelos festivais.

A rede Cinemark está desde o ano passado exibindo filmes antigos dentro da mostra Clássicos Cinemark, com os longas-metragens em alta definição. Filmes como “Rocky – Um Lutador”, “Bonequinha de Luxo”, “Mary Poppins”, “12 Homens e Uma Sentença” e “Taxi Driver” foram alguns dos exibidos.


A cada mês, a seleção de filmes é renovada. No Rio de Janeiro, participam da mostra os cinemas dos shoppings Downtown, Village Mall, Botafogo Praia, Metropolitano Barra e Plaza. Para ver as datas, horários dos filmes e os demais cinemas participantes, acesse http://www.cinemark.com.br/classicos-cinemark.