quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Os piores filmes de 2012




Como todo ano, as listas sempre pipocam com melhores e piores do ano de tudo. Aqui então vai a minha lista de piores filmes que eu assisti em 2012, considerando meu critério pessoal, sem ordem específica. Vi muita coisa esse ano e nem tudo eu tive como postar aqui no blog, mas alguns nem mereceram mesmo. Como os dez a seguir:

O Espião que Sabia Demais – Desculpem, críticos. Eu posso não ter entendido e ter ficado entediado, mas nada me convence de que esse filme é bom. Chato até dizer chega, e mais um pouco ainda.

John Carter – Uma das grandes apostas da Disney que não deu muito certo. Sem um pingo de originalidade e ousadia, “John Carter” será facilmente esquecido.

Espelho, Espelho Meu – Com um ar bem bobo, essa versão da Branca de Neve comeu poeira perto de “Branca de Neve e o Caçador”. Nem Julia Roberts salvou. Detalhe para a dancinha indiana desconexa do fim...

12 Horas – Heitor Dhalia, diretor brasileiro de “À Deriva” e “O Cheiro do Ralo”, produções cultuadas aqui, derrapou na sua estreia em produções americanas. A história, mirabolante demais, também não agradou. Dhalia depois disse que era difícil trabalhar sem liberdade.

À Toda Prova – Steven Soderbergh apresentou a ex-lutadora Gina Carano como protagonista desse thriller de ação que, honestamente, não deu pra entender muita coisa. Não funcionou.

Como Agarrar Meu Ex-Namorado – Katherine Heigl. Morena. Sem mais.

Battleship – O que poderia ter sido um grande filme se perdeu na completa falta de noção do roteiro, que privilegiou explosões e naves alienígenas, sem a mínima explicação ao público do que estava acontecendo.

Chernobyl – São zumbis? São humanos mutantes? São vampiros? Nunca saberemos. Sem o mínimo de coerência, “Chernobyl” não convence, não assusta, não anima, enfim, não faz nada.

O Ditador – Sasha Bahron Cohen é bom em personificações de estereótipos, já provado em vários filmes. Mas faltou mais humor e menos nonsense em “O Ditador”.

Resident Evil 5 – Retribuição – Ainda fazem Resident Evil? Sério?

Menção honrosa nacional: Os Penetras e algumas comédias brasileiras – Se queremos ser levados a sério como comédias, precisamos então de mais cinema e menos TV. Esse humor requentado do Zorra Total não dá, Brasil.

Menção honrosa home vídeo: [REC]³ – Gênesis – Adoro a série “[REC]”, mas a terceira parte é debochar do pobre espectador. Quando tudo estava indo tão bem, me pioram a coisa toda.

Não vi e não gostei: Cada um tem a Gêmea que merece - Adam Sandler, aposente-se.

E mais: Protegendo o Inimigo, O Despertar, Os Infiéis, E Aí, Comeu?, A Saga Molusco: Anoitecer.

O Impossível


Lo Imposible
(Espanha, 2012) De Juan Antonio Bayona. Com Naomi Watts, Ewan McGregor, Tom Holland, Samuel Joslin, Oaklee Pendergast e Geraldine Chaplin.

Ninguém poderia esperar que, um dia após o Natal de 2004, um tsunami de proporções catastróficas iria atingir a costa da Indonésia, Sri Lanka, Tailândia e outros países banhados pelo Oceano Índico, deixando mais de 230 mil mortos e a lembrança de um dos maiores desastres naturais da humanidade. Oito anos depois, o diretor espanhol Juan Antonio Bayona leva às telas a história de uma família de sobreviventes que, como sugere o título, realizou o que parecia ser impossível e conseguiu se reunir, com vida, após a tragédia. Incrivelmente bem executado, “O Impossível” é um filme triste, por motivos óbvios, transmitindo com precisão a agonia dos personagens e o sentimento de desolação que as vítimas sobreviventes sentiram no fatídico 26 de dezembro.

O casal Maria e Henry, junto com os filhos Lucas, Thomas e Simon, vão passar as férias de Natal na Tailândia, um dos lugares mais paradisíacos do mundo. Após a celebração do Natal, no resort onde estão hospedados, a família se vê no meio do desastre, um tsunami com ondas de mais de 30 metros. Maria e o filho mais velho, Lucas, se separam do restante, mas conseguem sobreviver. Com muitos e graves ferimentos, Maria precisa de socorros médicos e é levada para uma base hospitalar montada de improviso para ajudar no resgate. Enquanto isso, Henry envia os filhos Thomas e Simon para outro abrigo para continuar sua busca pela mulher e pelo filho desaparecidos.



O roteiro escrito por Sergio G. Sanchez traduz a atmosfera do desastre, que é captado pelo drama dos protagonistas na busca pelos seus parentes. Enquanto os acompanhamos, é difícil não pensar em todas as outras vítimas, as sobreviventes e as que não tiveram a mesma chance, em todo o sofrimento e pânico causado pelas ondas. O esforço conjunto do roteiro, da direção de Juan Antonio Bayona (O Orfanato), da equipe de efeitos visuais e direção de arte, e dos atores conduz o filme à maestria.

Naomi Watts entrega um de seus papeis mais corajosos no cinema, com uma atuação impecável e comovente como Maria, uma mulher que, acima de tudo, luta com todas as forças pela sobrevivência do filho Lucas no meio da enchente provocada pelo desastre. O intérprete de Lucas, Tom Holland, também merece destaque, se firmando como uma das melhores atuações juvenis dos últimos anos, segundo alguns críticos.

Completando o time de atores, Ewan McGregor também entrega um desempenho comovente como o pai em busca de sua família, assim como as outras duas crianças do filme, Samuel Joslin e Oaklee Pendergast. A participação de Geraldine Chaplin é curta, mas também marcante. Juntos, o elenco transmite todo o drama real de milhares de pessoas. É neles que vemos refletida a garra, a coragem e a superação quando, na verdade, deveria haver só tristeza.
                                                                                   

“O Impossível” é um ótimo filme, com ótimas atuações. Tem bons efeitos especiais e éum espetáculo visual de, literalmente, tirar o fôlego. Mas é carregado e triste demais para ser assistido sem um aviso. Não há como não se transportar para o lugar daquelas pessoas e imaginar o que faríamos se estivéssemos na mesma situação. Por provocar essas experiências no espectador é que Juan Antonio Bayona acertou na mosca. Sem dúvida alguma, um dos melhores filmes do ano.

Nota: 9,5


sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Top 10 - filmes sobre o fim do mundo



21 de dezembro de 2012. O mundo acabou? Não. Pelo menos, não ainda, já que estou escrevendo às 15h31 do referido dia, ou seja, tudo ainda pode acontecer. Mas se você está lendo isso do dia 22 em diante, não, o mundo não acabou. Seja pelos Maias, por Nostradamus, ou por qualquer outro profeta do Apocalipse, o fim do mundo não fez tanto sucesso quanto ele já fez nas telonas do cinema, visto que o povo adora um filme-catástrofe. Então, já que o mundo não vai acabar por agora, nada melhor do que conferir os principais filmes sobre o tema. Quem sabe não dá pra aprender algumas regras quando o fim realmente chegar?

10 A Última Noite
Last Night (1998). De Don McKellar. Com Don McKellar, Sandra Oh e Sarah Polley.

31 de dezembro de 1999, você lembra desta data? Com a chegada do ano 2000, muita gente realmente achou que o mundo ia acabar e é justamente disso que trata o filme. Um grupo de diferentes indivíduos se encontra para decidir como passar o último dia da Terra, já que em 31/12/1999 é o derradeiro. O roteiro mostra como o fim afeta a vida dos moradores da cidade de Toronto, no Canadá, que tentam colocar em prática suas últimas vontades antes do apocalipse. 

Por que vê-lo antes do fim: foi premiado em Cannes e tem a participação de ninguém menos do que David Cronemberg (ele mesmo) como ator.


9 Fim dos Dias
End of Days (1999). De Peter Hyams. Com Arnold Schwarzenegger, Gabriel Byrne e Robin Tunney.

Outro que se passa no final do século XX. Desta vez, o demônio em pessoa, interpretado por Gabriel Byrne, vem à Terra em busca de uma noiva para procriar e, assim, fazer nascer o Anticristo, cumprindo as profecias sagradas sobre o (er) fim dos dias. Cabe a ninguém mais, ninguém menos do que Arnold Schwarzenegger a defender a pobre Christine York (Robin Tunney) das garras de Satã e, assim, evitar o destino terrível da humanidade.

Por que vê-lo antes do fim: Arnold Schwarzenegger versus o Diabo. É o embate do século! Além disso, os efeitos especiais são bem legais (para 1999) e trata de um dos fins mais aceitáveis para a maioria dos cristãos, a chegada do Anticristo.


8 O Fim do Mundo
When Worlds Collide (1951). De Rudolph Maté. Com Barbara Rush e John Hoyt.

Essa ficção científica de 1951 mostra que um planeta está em rota de colisão com a Terra. Sendo assim, um milionário constrói uma nave (!) que poderá levar alguns poucos escolhidos (!!) a outro planeta seguro (!!!). Tá, vamos combinar que na década de 50 esses filmes de ficção científica eram um tanto quanto toscos, dado o orçamento, e que as possibilidades de isso aí dar certo na vida real são absurdas. Mas vale pelo pioneirismo do filme e pelo retrato de como as pessoas encaravam a vida lá fora antigamente.

Por que vê-lo antes do fim: Ganhou o Oscar de Efeitos Especiais em 1951, o que quer dizer muita coisa.




7 Armageddon
(1998) De Michael Bay. Com Bruce Willis, Billy Bob Thorthon e Ben Affleck.

Se Roland Emmerich estivesse muito ocupado para dirigir a cerimônia do fim do mundo, o substituto ideal seria Michael Bay. Em “Armageddon”, um asteroide de proporções colossais está se aproximando da Terra em (pausa para o suspense) 1999! Dá pra ver que porque tanto terror na virada do milênio! Cabe a uma equipe de astronautas, liderada por Bruce Willis, embarcar em uma missão para destruir o tal asteroide.

Por que vê-lo antes do fim: “I don’t wanna close my eeeeeyes...” Se você não ver pelas explosões, por Bruce Willis explodindo um asteroide, e por todo o drama do filme, veja pela música "I Don't Wanna Miss a Thing" do Aerosmith, indicada ao Oscar de melhor canção.


6 Independence Day
(1996) De Roland Emmerich. Com Will Smith, Bill Pullman e Jeff Goldblum.

“Independence Day” é um marco dos filmes-catástrofe, por seu apuro técnico e sua primazia em efeitos especiais.  No dia da Independência dos Estados Unidos, uma nave alienígena se aproxima, deixando a população em pânico. Após um primeiro contato mal sucedido, com a nave alienígena destruindo tudo em seu caminho, uma equipe de fuzileiros entra em ação pra combater o mal vindo do espaço, antes que a destruição seja pior. Até o presidente dos EUA é requisitado pra entrar no meio da ação.

Por que vê-lo antes do fim: Porque tem Will Smith em um dos seus primeiros grandes papeis no cinema, no início da carreira cinematográfica, e um dos últimos papeis relevantes de Jeff Goldblum. Fora isso, os efeitos ainda são de tirar o fôlego. Quem não se lembra da Casa Branca sendo destruída como se fosse feita de cartas de baralho?



5 Procura-se um amigo para o fim do mundo
Seeking a Friend for the End of the World (2012). De Lorene Scafaria. Com Steve Carrell e Keira Knightley.

Esse estreou por aqui e passou quase despercebido. Um dos filmes mais fofos do ano, aproveitando o gancho de que o mundo iria acabar em 2012, mostra um homem recém-abandonado pela esposa que resolve ajudar uma desconhecida a chegar em segurança na casa de sua família, na Inglaterra. Enquanto isso, o mundo se prepara para o fim anunciado e é tomado por saques, ataques de pânico, explosões, etc.

Por que vê-lo antes do fim: Apesar de alguns momentos cômicos, o filme é todo tomado por um tom dramático e melancólico, fazendo com que as atuações de Steve Carrell e Keira Knightley fiquem mais intimistas.


4 Presságio
Knowing (2009). De Alex Proyas. Com Nicolas Cage e Rose Byrne.

Em “Presságio”, Nicolas Cage investiga uma profecia deixada em uma cápsula do tempo, aberta na escola do filho 50 anos depois. Na profecia, uma série de números que cruzam com diversos acidentes. O último deles indicaria o fim da humanidade e, de alguma forma, o filho do personagem de Cage está envolvido.

Por que vê-lo antes do fim: São cenas impressionantes de desastres e várias outras de efeitos especiais. Alex Proyas mistura o filme-catástrofe com um quê de suspense sobrenatural, embora o fim deixe a desejar. Nicolas Cage entrega uma boa atuação, coisa que está rara recentemente.



3 Impacto Profundo

Deep Impact (1998). De Mimi Leder. Com Robert Duvall, Téa Leoni, Morgan Freeman e Elijah Wood.

Um dos melhores do gênero, “Impacto Profundo” mostra os preparativos da Terra (leia-se Estados Unidos) diante do iminente impacto (jura?) de um cometa em rota de colisão com o nosso planeta. Enquanto isso, muito drama se desenrola, como a jornalista que não se dá bem com o pai, uma família que procura desesperadamente fugir para as montanhas e a expectativa de quem irá ser sorteado para o abrigo militar do governo.

Por que vê-lo antes do fim: Esse vale a pena. Um elenco de peso entrega boas atuações e o filme convence. E tem Morgan Freeman como presidente dos Estados Unidos. Imagina Morgan Freeman dando a notícia ao vivo sobre o fim do mundo, num pronunciamento oficial. Vale só por isso.

2 Melancolia
Melancholia (2011) De Lars Von Trier. Com Kirsten Dunst, Charlotte Gainsbourg, Kiefer Sutherland e Alexander Skarsgaard.

Por causa deste filme, Lars Von Trier virou persona non grata no Festival de Cannes, o que não ofuscou o brilhantismo do longa. “Melancolia” traz Kirsten Dunst como uma mulher recém-casada que sofre uma espécie de depressão profunda, impactando toda a sua família em plena festa de casamento. Enquanto a irmã a ajuda a se recuperar, a família se isola em casa enquanto rumores de que o planeta Melancolia estaria se aproximando da Terra começam a aparecer.

Por que vê-lo antes do fim: Apesar de ser polêmico, Lars Von Trier manda bem nesse filme, que traz a melhor atuação de Kirsten Dunst em toda a sua carreira. O filme também se destaca por mostrar o drama particular de uma família enquanto o mundo está prestes a acabar.


 1 2012
(2009) De Roland Emmerich. Com John Cusack, Amanda Peet, Chiwetel Ejiofor e Thandie Newton.

Em minha opinião, “2012” é o mais bem sucedido filme catástrofe já produzido, apesar de falhas grosseiras no roteiro. Primeiro que ele mostra que o fim do mundo é, realmente, o fim do Mundo todo, e não só dos EUA. Segundo que Roland Emmerich soube aproveitar o gancho do apocalipse maia para criar a atmosfera perfeita que o filme precisou. Sem falar nos efeitos especiais que supera toda a lista deste post. O final poderia ser um tanto melhor, mas satisfaz, depois de tanta aflição dos protagonistas.

Por que vê-lo antes do fim: Além do gancho certeiro (que agora já foi) por causa da data 21/12/12, tem a destruição do Cristo Redentor e de outros monumentos ao redor do mundo, os tsunamis no Tibete, o terremoto em Los Angeles... nem dá pra especificar, veja o filme todo!