segunda-feira, 2 de julho de 2012

Para Roma com Amor


 To Rome With Love
(EUA, Itália, 2012) De Woody Allen. Com Alec Baldwin, Jesse Eisenberg, Ellen Page, Roberto Benigni, Penélope Cruz, Woody Allen, Allison Pill, Flavio Parenti, Judy Davis, Alessandra Mastronardi, Alessandro TIberi e Monica Nappo.

Começar o texto dizendo que o Woody Allen é sempre Woody Allen é o mais batido de todos os clichês. Mas é esse o clichê que faz “Para Roma Com Amor” ser surpreendente. Ao se esperar mais uma história de amor, desta vez usando Roma como pano de fundo, o espectador se vê no meio de uma comédia de erros no melhor estilo de Woody Allen, com piadas sarcásticas, situações inusitadas e, claro, uma pitada de romance e sexo, que não faz mal a ninguém. E, claro, tem Roma, a cidade encantadora por si só. Ficamos pensando porque Allen ficou tanto tempo preso à Nova York quando tinha tantas belezas mundo afora que combinam esplendorosamente com seu estilo: Londres, Barcelona, Paris, Roma... Talvez o Rio de Janeiro entre nessa dança em breve. 

O filme traz quatro situações passadas em Roma, uma cidade cheia de histórias pra contar. Um arquiteto renomado encontra um estudante de arquitetura seguindo os mesmos passos dele anos antes; Um produtor de ópera aposentado encontra a chance de voltar aos palcos ao descobrir, nos pais do noivo de sua filha, um possível cantor lírico; Um casal recém-casado vai a Roma para que a família dele conheça a esposa. Ela se perde na cidade e, enquanto ela visita uma Roma de celebridades e gente famosa, ele acaba por ver uma prostituta no lugar da esposa e, o jeito, é tentar impressionar a família assim mesmo; E um cidadão comum, fascinado pelo mundo dos famosos, tem um dia de celebridade, com paparazzi, repórteres e fãs no seu pé, querendo saber tudo da sua rotina. 


Apesar de várias situações, nenhuma se entrelaça, mas também nenhuma se perde. Todas encantam ao mesmo tempo em que divertem, trazendo situações inusitadas. Penélope Cruz repete a parceria com Woody Allen vivendo uma prostitua italiana exala sensualidade, como já é próprio de sua natureza. Alec Baldwin leva para as telas seu trejeito cômico, enquanto contracena com novas caras como Ellen Page e Jesse Eisenberg. Já o núcleo italiano, encabeçado por Roberto Benigni, também dá um show. Benigni, inclusive, é responsável pela maioria das cenas cômicas, personalizando a sátira que Woody Allen faz ao mundo das celebridades, com muitas futilidades estampando os jornais e tabloides.

Woody Allen volta a atuar nesse filme, após “Scoop” de 2005. E só ele para conseguir personificar o produtor chato que, quando vai conhecer os pais do futuro genro, começa a fazer de tudo para voltar a trabalhar, nem que use o próprio sogro da filha. As piadas, tiradas sarcásticas, tão típicas do diretor (e ditas por ele mesmo) dão um charme único ao filme que, sem dúvida, entra no rol de suas melhores produções. É, sem dúvida, uma crônica com as melhores histórias que poderiam ser desenroladas na Roma atual. Como o título diz, é como se fosse um poema para Roma, com amor.

Nota: 9,0

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