sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

"Hugo", futuro do cinema, Oscar e 3D


Recordista de indicações no Oscar – onze ao todo -, “Hugo”, “Hugo Cabret” ou “A Invenção de Hugo Cabret”, como queiram chamar, representa muito mais do que as indicações que recebeu, a maioria em categorias técnicas, e não é pra menos, considerando todas as propriedades que o cercam.

O longa é o primeiro rodado em 3D pelo diretor Martin Scorsese. Depois da adesão de James Cameron à técnica, seguido por Peter Jackson e Steven Spielberg, ter um mestre do cinema no comando da mesma tecnologia de “Avatar” é de suma importância para o futuro da sétima arte. Não estou falando do 3D porco, convertido à força por alguns estúdios, na tentativa de fazer dinheiro, como os realizados em “Fúria de Titãs” e “Lanterna Verde”, e sim ao uso do 3D como parte importante da narrativa. “Os estúdios estão tomando as decisões erradas e estão abusando do 3D!”, afirmou James Cameron uma vez.

O que Martin Scorsese faz em “Hugo” (e que outros diretores devem começar a fazer em breve, como o francês Jean-Pierre Jeunet) é se apropriar da técnica como apoio narrativo para ajudar o espectador a se transpor para a história de uma forma melhor. Foi o que aconteceu em “Avatar”, em “As Aventuras de Tintim” e até em “Transformers: O Lado Escuro da Lua” – o problema nesse último é que a história é ruim mesmo.

Com a adesão de um nome de peso como Scorsese, a tendência é pintar novos filmes em 3D cada vez mais com apuro técnico impecável e bons roteiros, e não apenas uma desculpa para fazer coisas pularem da tela. O reconhecimento disso para a indústria veio nos bilhões de dólares faturados por “Avatar” e suas indicações ao Oscar, e agora no retorno positivo para Scorsese que adaptou sua linguagem a uma tecnologia moderna e fez de seu filme uma obra elogiada por público e crítica.

A indicação de "Hugo" também significa que a Academia está aberta ao 3D, assim como foi com "Avatar", o que indica que o que falta para mais produções do tipo emplacarem no Oscar não é a boa vontade, e sim, melhores histórias.

Melhor filme 3D – “Avatar”, por saber aliar um mundo todo construído digitalmente à narrativa com o uso do 3D.

Pior filme 3D – Empate entre “Fúria de Titãs” e “Lanterna Verde”. Ambos foram convertidos às pressas para o formato, deixando a desejar nas sensações de profundidade e em várias coisas sem muito sentido. Especialmente “Fúria”, que era uma confusão visual só.

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