sexta-feira, 13 de maio de 2011

Velozes e Furiosos 5 - Operação Rio

Fast Five

(EUA,2010) De Justin Lin. Com Vin Diesel, Paul Walker, Dwayne “The Rock” Johnson, Jordana Brewster, Tyrese Gibson, Ludacris e Joaquim de Almeida.

Não sou uma boa pessoa para julgar “Velozes e Furiosos”. Não gosto da série original, nem de filmes de ação. Não gosto de filmes com corridas, não me interesso por carros tunados, nem pela filmografia de Vin Diesel, esse ás da atuação (NOT!). Então, o que me levou a assistir à quinta (!) parte da franquia? O mesmo que levou os quase 1 milhão de brasileiros (até este post ser escrito) às salas: o Rio de Janeiro. Porque, convenhamos, por mais sedutora que seja a série, nenhum filme até agora havia sido tão bem sucedido, aqui ou lá fora. Para se ter uma ideia: o capítulo cinco arrecadou em três semanas de exibição o equivalente a toda a bilheteria doméstica de “Velozes e Furiosos 1 e 4”, US$ 20 milhões a mais do que o segundo e quase o dobro da Missão Tóquio. Isso só nos Estados Unidos, porque, pelo andar da carruagem, “Fast Five” vai ser o mais bem sucedido da franquia. O segredo só pode ser o Rio.

O bando de Don Toretto foge de Los Angeles e vem ao Rio de Janeiro para tentar encontrar o bandido, após a fuga dele da prisão. Quando chegam aqui, eles se metem em mais um trabalho, de roubo de carros, mas percebem que se meteram em uma trama muito mais complicada. Encontraram os dados de distribuição das drogas que pertence ao chefe do tráfico local, Hernan Rios. Eles tentam de tudo para tirar vantagem e acabar com o chefão local, só não imaginavam que ele está infiltrado na polícia e no governo. Enquanto isso, Toretto e sua gangue são caçados pelo agente do FBI Luke Hobbs, que vai subir morros e favelas e não vai descansar enquanto não prender o foragido. Para isso, ele vai contar com quem ele imagina ser a única policial brasileira honesta, Elena Neves, que irá se envolver mais emocionalmente nesta missão do que ela imagina.

“Velozes 5” tem muita ação e as cenas são bem produzidas. Ponto para o filme. As cenas de luta e perseguição perpetradas nas favelas cariocas também. Mais um ponto para o filme. Dwayne Johnson está melhor do que Vin Diesel – ao menos o primeiro brutamontes tem mais expressões. Pra terminar, o filme tem tantos clichês do gênero que chega a ser difícil comprar todos eles. Além do mais, a forma como o Rio de Janeiro é retratado é altamente risível – que homem no mundo iria trocar as curvas de uma brasileira pela sem sal Gal Gadot, por mais bonita e seminua que ela esteja? Fora a corrupção exacerbada da polícia (que existe, claro), o fato de 20 mil bandidos temerem a cara de mau de The Rock e a cafonice do figurino do brasileiro. E nem vou falar dos “brasileiros” falando espanhol ou do trem de luxo altamente equipado cruzando o deserto carioca (?!). Roteiro fraco, diálogos fracos, atuações fracas, exceto por alguns coadjuvantes que salvam o longa como Ludacris (oooh!) e Sung Kang. Até o ótimo Joaquim de Almeida se perde como um bandido que mais parece um mafioso cubano.

Porém nada disso parece afetar o clima do filme nem seus espectadores, que não esperam um filme reflexivo ou autocrítico. O que se vê em “Velozes 5” é diversão, e é diversão que o povo ganha. Para os brasileiros, o filme ainda funciona como uma grande piada interna, daquelas que “só quem mora no Brasil, mais precisamente no Rio, vai entender”. Há momentos de risadas, e as cenas de ação, que dominam o filme, valem o ingresso. Só não me peçam pra comprar a atuação de Vin Diesel, apesar de respeitá-lo mais no novo cinema de ação do que Jason Statham, por exemplo. Uma cena boa: a luta entre ele e The Rock deve ficar marcada como uma das melhores do gênero. E se isso denota uma nova fase da franquia, que terá o sexto filme, melhor então.

Nota: 6,5

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