quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Os esquecidos

Sempre tem uns largados de mão sem dó nem piedade pela Academia e 2010 foi um ano tão plural na produção de filmes que certamente alguém ficaria de fora. Vejam alguns dos principais esquecidos da cerimônia do dia 27 de fevereiro.

Andrew Garfield – O ator deu vida nas telas a Eduardo Saverín, parceiro de Mark Zuckerberg na criação do Facebook. Em “A Rede Social”, Garfield revela um talento descomunal, o que lhe rendeu garantias de portas abertas como interpretar o novo Homem-Aranha. Uma indicação ao Oscar só melhoraria sua carreira.



Mark Wahlberg – Comentei uma vez no Facebook que deve ser difícil para um protagonista ver os seus coadjuvantes sendo laureados e premiados, enquanto você chupa o dedo. É assim esse ano com Mark Wahlberg, que é um bom ator quando encontra papéis decentes pra fazer. Ele já foi indicado por “Os Infiltrados” e esse ano só ganhou reconhecimento da Academia com a indicação de “O Vencedor” a Melhor Filme. Wahlberg é um dos produtores.

Mila Kunis – Ela teve que engordar alguns quilos para o seu papel em “Cisne Negro” e, convenhamos, ser coadjuvante de Natalie Portman e não permanecer na sombra não é fácil. Apesar de uma relativamente longeva carreira na TV e no cinema, este é o primeiro grande papel da ex-namorada de Macaulay Culkin, que merecia algum reconhecimento, mas passou batido do Oscar.

Christopher Nolan – Quando “O Cavaleiro das Trevas” não foi indicado a Melhor Filme de 2008, o burburinho foi tão grande que tiveram que mudar as regras do Oscar, aumentando o número de indicados de 5 para 10. O mesmo não aconteceu com a categoria de diretor, deixando de fora uma das mentes mais brilhantes do cinema deste início de século. Nolan construiu uma trama que precisa ser assistida várias vezes para ser entendida, tamanha a sua complexidade. Mas ninguém pode dizer que “A Origem” não é um máximo. Se Nolan não foi indicado na direção, ao menos no roteiro a Academia teve a decência de o fazer.

Julianne Moore – Honestamente, diante da atuação de Annette Benning, Julianne Moore até que é relativamente mais fraca. Porém, ela é a segunda metade desta laranja chamada “Minhas Mães e Meu Pai”, chegando a aparecer até mais do que Benning no filme. Acredito cegamente que foi por falta de vagas – e não de talento – que Julianne não recebeu sua quinta indicação ao Oscar.

Tron: O legado – Podiam ter lembrado “Tron” em Efeitos Especiais e na trilha sonora composta pelo Daft Punk, não apenas na Edição de Som. Mas, pelo que o filme é, até está de bom tamanho.

Enrolados – A Disney suou para colocar uma animação digital decente no mercado e conseguiu o feito com a história da Rapunzel. Pelas regras da Academia, devido ao número de inscritos, só três animações seriam as finalistas. Apesar de mais do que concordar com os escolhidos (““ Como Treinar Seu Dragão”, “O Mágico” e” Toy Story 3”), “Enrolados” merece menção honrosa como a grande animação que é.

Clint Eastwood e Martin Scorsese – Por anos a fio assistimos a batalhas incansáveis entre os dois diretores, mas parece que eles perderam a mão depois de um tempo. Só isso pra justificar o porquê de seus filmes ficarem fora da corrida principal. Clint saiu esse ano com “Além da Vida” e Scorsese deu “Ilha do Medo” ao mundo. Bons filmes, mas não o suficiente para cativar a Academia.

Burlesque – Cher e Christina Aguilera foram solenemente ignoradas. Thank you.

2 comentários:

Anderson Siqueira disse...

Fala Marcos! Tranquilo?
Não seria dia 27 de fevereiro a cerimônia do Oscar, ao invés de 27 de outubro?
Abração.

Cristiano Contreiras disse...

Pra mim foi absurdo DiCaprio ter sido esquecido, foi o melhor ano da carreira dele!