sábado, 4 de dezembro de 2010

A Rede Social

The Social Network (EUA, 2010)
De David Fincher. Com Jesse Eisenberg, Andrew Garfield, Justin Timberlake, Rooney Mara, Max Minghella, Rashida Jones e Armie Hammer.

Há pouco mais de um ano eu escrevi uma notícia que eu mesmo desacreditei. Era sobre o fato de David Fincher, aclamado diretor de "Clube da Luta" e recém-saído de "O Curioso Caso de Benjamin Button" ter sido escolhido para adaptar a história da criação do Facebook. Em meio à adaptações absurdas, como a cogitada história do Cubo Mágico, essa parecia mais uma. Esse espanto pode ter vindo por eu não conhecer, à época, a história que levou o Facebook ao estrelato. Vejamos só a evolução dos números da minha nota à estreia do filme, nesta sexta. Em junho de 2009, o site tinha 200 milhões de membros e era avaliado em US$ 16 bilhões. Hoje, o número saltou para 500 milhões de membros, com avaliação em US$ 25 bilhões. É muita gente. É muito dinheiro. É claro que a história por trás disso seria ótima de contar. Há um ano atrás eu não podia estar mais errado.

O filme mostra como Mark Zuckerberg, em 2003, um estudante da universidade de Harvard, criou, ao lado de seu amigo Eduardo Saverín, o Facebook. Essa é a sinopse óbvia. Acontece que Zuckerberg teria roubado a ideia de outros alunos do campus, que teriam sugerido uma rede interna apenas para a universidade. Zuckerberg aproveitou a ideia e construiu algo maior: uma rede social que colocasse todos os paradigmas sociais do dia-a-dia na internet e que você só teria acesso se fosse convidado, como um clube particular. Ele usou a ideia em conjunto com os algoritmos (e os recursos) do amigo Eduardo, que aposta na ideia de Mark, mas sempre é colocado de lado. Quando o Facebook começa a ganhar notoriedade, ele vira alvo de disputas, seja a dos acusadores de plágio, seja de investidas de Sean Parker, o inventor falido do Napster que vê no Facebook sua chance de retornar ao topo da elite virtual. As investidas de Parker são vistas com desagrado por Eduardo, que se vê traído por Zuckerberg e passa a ser um de seus maiores inimigos.


O que mais chama a atenção não é fato de essa ser uma história real. É que essa é uma história real contemporânea. Contemporânea demais! Há cinco anos, quando o Facebook estourou no mundo, eu nem tinha internet ainda. Não se pensava no mundo globalizado como está hoje e parte desse pensamento se deve ao avanço de redes sociais, como o Facebook. O que Mark Zuckerberg fez foi mudar a maneira como nós nos relacionamos com as pessoas. No seu dia-a-dia você mal conversa com um colega de classe, mas comenta todos os status dele na rede social! E se ele se tornou o bilionário mais jovem do mundo, bem, isso se deve à sua visão da coisa toda. Pra ele, a principal razão de o Facebook ser tão popular é porque o site é, nas suas palavras, legal.

Saindo do campo das reflexões, David Fincher acertou mais uma vez ao conferir um toque pessoal ao filme que aproxima o espectador. Acertou também na escolha dos seus protagonistas. Jesse Eisenberg sai dos porões de comédias como "Zumbilândia" e "Férias Frustradas de Verão" e se projeta como um ator com futuro promissor, ainda mais com um desafio de encarnar um personagem ainda vivo: ele é apenas alguns meses mais velho que o Zuckerberg real.


Justin Timberlake até que pode continuar investindo na carreira de ator. Aqui ele interpreta uma espécie de antagonista. Na prática, ele divide as atenções de Mark com Eduardo Saverín, consegue ganhar mais atenção mas detrói tudo por causa de sua vida relapsa. Ou melhor, não destróooi tudo, mas uma poa parte. Já a surpresa do filme é Andrew Garfield, quase um desconhecido quando foi contratado para "A Rede Social" e com os olhos voltados pra ele na estreia do filme. É que Garfield vai ficar com um dos papeis mais icônicos do cinema deste início de século: Peter Parker/Homem-Aranha. E é dele que parte as melhores atuações do filme, como o amigo traído/usado/confiante ou /qualquer outro adjetivo que se queira usar, de Mark Zuckerberg. Já se cogita uma indicação certa para ele no Oscar de Melhor Ator Coadjuvante.


Falando em Oscar, "A Rede Social" já estreia como um dos favoritos para a premiação do ano que vem. A Academia está dando preferência a histórias contemporâneas ultimamente, vide seus últimos ganhadores. Então, as chances do filme se potencializam consideravelmente. E antes que eu me esqueça, compartilha aí e me adiciona no Facebook.






Nota: 9,0

2 comentários:

Cristiano Contreiras disse...

Muito bom seu texto, Marcos
Sou fã de Fincher e estou ansioso pra conferir esse, acho que é um belo trabalho.

Não sei se vai prosperar no Oscar, espero que a Academia dê chances também pra outros filmes - eu queria que Ilha do Medo tivesse atenção, visto que é um filme excepcional e DiCaprio merece um Oscar pela bela atuação.

Jesse Eisenberg é um ator que cresce, gosto dele!

abraço

Película Criativa disse...

Tô só na expectativa para assistir esse filme! Finalmente ele chegou no Brasil.