sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Machete


Machete
(EUA, 2010) De Robert Rodriguez. Com Danny Trejo, Robert de Niro, Steven Segal, Jessica Alba, Michelle Rodriguez, Lindsay Lohan, Jeff Mahey e Cheech Marin.

Há exatos três anos atrás, eu estava no Festival do Rio 2007 quando fui assistir ao novo projeto de Robert Rodriguez e Quentin Tarantino, chamado "Grindhouse", uma homenagem aos filmes trash dos anos 1960 e 1970. Só que o projeto já tinha sido anteriormente dividido nas suas duas partes, e naquele ano só pude assistir à "Planeta Terror", segmento de Rodriguez. Só que um outro atrativo, além do filme em si, estava embutido naquela sessão, o trailer de um filme chamado "Machete", totalmente falso, produzido apenas como brincadeira para abrir "Planeta Terror". O trailer foi tão bem produzido e tinha um roteiro tão promissor - dentro dos padrões de Rodriguez, claro - que virou filme, três anos depois. É o ciclo do cinema.

Mas sem ladainhas, vamos ao filme. Quem viu o trailer repetidas vezes no DVD de "Planeta Terror", já sabe que Machete é um ex-federal mexicano que teve sua família assassinada por um narcotraficante do México e por isso, foi para os EUA como imigrante ilegal. Lá, confundido com um trabalhador normal, recebe uma proposta de matar o senador John McLaughlin, que está se candidatando è reeleição com a proposta de banir os imigrantes ilegais do país (leia-se mexicanos). Ele aceita o serviço, mas tudo não passa de uma armadilha para incriminar Machete e alavancar a eleição. Ele então parte para buscar a justiça contra àqueles que tramaram seu mal. Ele vai contar com a ajuda da Rede, uma rede (oooooh!) que ajuda os imigrantes no país, liderados por Shé, uma figura lendária que nunca aparece, a não ser pelos relatos de Luz, uma vendedora de tacos integrante da Rede. Eles também vão ter que escapar do cerco de Sartana, uma policial do departamento de imigração que aposta na honestidade, e também de toda a coligação do mal que quer ver a eleição do senador: o assessor dele Michael Booth, o vigilante das fronteiras, Von Jackson, e o narcotraficante mexicano Torrez.



Repleto de violência e apelo sexual, daqueles de ter sangue espirrando, "Machete" é sensacional. É trash, claro, mas e daí? Ele cumpre fielmente a sua proposta de entreter e de criar uma história que consegue se sustentar, sem necessariamente se basear na violencia em si. Tudo que está na tela é plausível, mesmo que beire o absurdo, e é aí que reside o mérito de Robert Rodriguez. As cenas de ação são bem executadas e temos que admitir que Danny Trejo nasceu pro papel.


Três mulheres são a atração à parte do filme. Jessica Albra, em cenas bem calientes, até pra ela mesma; Michelle Rodriguez, que mais uma vez encarna a mulher durona, tipo que já está virando clichê na sua carreira; e (pasmem!) Lindsay Lohan, tentando dar a volta por cima interpretando ninguém menos do que ela mesma na tela, uma garota problema (Só pra destacar, ela foi aplaudida na sessão em todas as vezes que apareceu). Já entre os homens, Steven Segal sai coroado do filme como o filho esquecido de "Os Mercenários", e está muito fora de forma, física e profissional. Robert de Niro encarna um tipo engraçado, mas esquecível. O principal desse time é Michael Booth, como o assessor perverso, pai de April (Lohan).

"Machete" é ideal pra quem procura um bom filme de ação, repleto de bobagens, mas que estão ali pura e simplesmente para diversão. A genialidade de Robert Rodriguez, dentro do que ele se propõe, fica comprovada e estampada nas telas, o que o eleva a um patamar pop que se aproxima cada vez mais do seu 'buddy' Quentin Tarantino.

OBS: Destaque para as cenas do trailer que foram devidamente inseridas no filme. As histórias casam perfeitamente. Ponto para Rodriguez.

Nota: 8,0

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