domingo, 26 de dezembro de 2010

As Crônicas de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada

The Chronicles of Narnia: The Voyage of the Dawn Trader
(EUA, 2010) De Michael Apted. Com Georgie Henley, Skandar Keynes, Ben Barnes, Will Poulter e Tilda Swinton. Vozes de Simon Pegg e Liam Neeson.

A história das adaptações do livro "As Crônicas de Nárnia", de C.S. Lewis dariam um outro filme, só contando tudo o que a produção passou. Sucesso na literatura inglesa, o livro não tinha tanta tradição em outros países e o primeiro filme foi um passo arriscado, mas que a Disney estava disposta a dar. "O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa" chegou a ser chamado de "o novo Harry Potter" à época de seu lançamento, mas não teve fôlego igual. O que não impediu o filme de ser um sucesso entre fãs e não fãs do livro. "Príncipe Cáspian", o segundo filme, não foi tão bem quanto o primeiro e, mesmo que tenha atingido seu objetivo junto aos fãs da saga, foi o ponto final da Disney na história. Ressucitado pela Fox, o terceiro (e último) filme da trilogia dá aquele tom de despedida decente. Está claro que o filme não foi feito (apenas) para ganhar dinheiro - até porque, ele não chega aos pés dos dois primeiros - e para quem gosta das histórias do mundo de Nárnia, até que o resultado chega a ser satisfatório.

Dessa vez, os irmãos Pevensie estão separados. Enquanto Susana e Pedro estão nos Estados Unidos, durante a Segunda Guerra Mundial. Lúcia e Edmundo ainda estão na Inglaterra, na casa de um tio, tendo que aguentar as chatices do primo Eustáquio. Mas, por alguma razão, os dois irmãos mais novos são convocados a Nárnia mais uma vez, agora a bordo do Peregrino da Alvorada, o navio do agora Rei Cáspian. Edmundo, Lúcia e, por tabela, Eustáquio, não fazem ideia do que foram fazer em Nárnia, até pousarem em uma das terras do reino dominada por saqueadores. Eles ficam sabendo que uma nova onda do mal, manifesta numa névoa, está ameaçando trazer a maldade de volta ao reino. Cabe então a Cáspian, Lúcia e Edmundo, reis de Nárnia, a combater esse mal junto com a tripulação leal do navio. Isso sem descansar um minuto das chatices do primo Estáquio.


Os efeitos visuais dão um show, é verdade, mas essa terceira parte decepciona um pouco. O roteiro é confuso e mirabolante, deixando o espectador perdido na maioria das vezes. Não há uma explicação lógica sobre o porque de eles estarem lá e o que está assolando Nárnia. Resumindo, é tudo muito jogado na tela num ato desesperado de salvar a trilogia que tinha sido considerada morta pela Disney. Uma Nárnia talvez mais "humana" e política é apresentada, em vez da magia de um mundo mágico que surgiu há alguns anos nas telas. Mesmo sendo o mais fraco dos três, "A Viagem do Peregrino da Alvorada" consegue divertir, apesar de tudo. Ver a última jornada dos Pevensie nas telas encerra um ciclo que marcou a geração do início do século XXI. Afinal, "As Crônicas de Nárnia" tiveram um enredo construído por um gênio (C.S. Lewis) e representado nas telas com maestria por grandes artistas dos efeitos visuais, copiados depois em diversas outras produções. Aslan, o leão, que o diga.

Nota 6,0


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