Michael Jackson's This is It (EUA, 2009) De Kenny Ortega.
Sábado, 31 de outubro. Uma fila gigantesca do lado de fora de uma das maiores salas do UCI Kinoplex do Norteshopping. A fila chegava a obstruir outras salas do complexo. Numa delas, tinha acabado de acabar uma sessão de “Substitutos” e as pessoas olhavam espantadas para a longa fila que se formava. Um espanto considerado razoável. Afinal, em tempos de preços exorbitantes no cinema e fora da temporada de blockbusters, como é possível que haja uma fila tão longa no cinema, em pleno fim de mês? A reposta é simples: Michael Jackson. This is It.
O documentário não deve ser julgado apenas como um filme, porque se assim for, ele apresenta sim algumas falhas. A experiência de assistir aos bastidores daquele que seria o último show do rei do pop é única. Efeitos especiais, vídeos produzidos com a mais moderna tecnologia, uma equipe de músicos e bailarinos competentes e, claro, a magia de MJ em pessoa. Tudo muito bem coreografado e ensaiado para que, quando estreasse, “This is It” entrasse para a história. E entrou. O show, que nunca foi lançado, mostra nas telas do cinema que realmente seria um grande retorno, um triunfo de Michael Jackson em fim de carreira.
Dirigido por Kenny Ortega (“High School Musical”), o documentário mostra um MJ muito mais em forma do que muita gente pensava. Aos 50 anos, o cantor mostrava o mesmo vigor dos tempos de “Don’t Stop ‘til It Get Enough” ou “Thriller”. Dança, canta, atua e tudo isso melhor do que os dançarinos e músicos mais jovens. Nem parece que uma pessoa em seu estado pudesse ser morta por uma dose excessiva de analgésicos. As canções foram escolhidas de acordo com aquilo que os fãs queriam ouvir. Um compilado do melhor da carreira de MJ. Músicas como “Smooth Criminal” (com um vídeo incrível que coloca MJ ao lado de Rita Hayworth e Humprey Bogart, em “Gilda”) e “Thriller” em 3D embalam o espectador-fã. Sim, porque a essa altura do campeonato não exista aluem que assista a “This is It” e não seja fã de Michael Jackson.
“This is It” vale a pena ser assistido só pelos seus minutos iniciais. Uma seleção à La “American Idol” escolhe quem serão os bailarinos do show. Cada um dos escolhidos dá um depoimento emocionado de como é gratificante estar ali e do que enfrentaram para chegar onde chegaram. Muitos cresceram ouvindo MJ e saíram dos mais variados lugares, sem um tostão no bolso, para tentar uma chance. Alguns choram, mas todos se emocionam. O retrato desses bailarinos é o retrato dos órfãos da música de Michael Jackson e de tudo o que ele representa para a cultura do século XXI. Uma bela forma de mostrar que ele ainda era o rei. This is it.
PS: O filme deve ter uma maior duração quando sair em DVD e já se fala em possíveis indicações ao Oscar.
Nota: quem sou eu para dar nota a Michael Jackson.
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