quarta-feira, 18 de novembro de 2009

2012

2012 (EUA, 2009)
De Roland Emmerich. Com John Cusack, Amanda Peet, Chewetel Ejefor, Oliver Platt, Thandie Newton, Danny Glover e Woody Harrelson.

Sempre fui fã de filme-catástrofe. Lembro que um dos primeiros filmes que cultuei, ainda criança, foi "Independence Day". Ficava maluco e vibrava só de ver o comercial do filme na televisão, com a explosão extraordinária da Casa Branca (sem sentimento anti-americano). Vibrei mais ainda quando assisti o Oscar daquele ano (sim, já era viciado nisso também) e o filme levou pra casa o premio de Efeitos Especiais. Por coincidência - ou não - o mesmo diretor de "ID4" traz sua mais nova loucura catastrófica. Mas vamos combinar: nem George W. Bush saberia destruir o mundo tão bem quanto Roland Emmerich. O cara deve ter alguma fixação, deve ter sido abduzido e ganhado uma missão alienígena, sei lá. Sei que ele tem uma cisma com nosso planeta intacto. Ou será que ele não está mais tão intacto assim? Será que é isso que Emmerich está querendo mostrar? Que aos poucos estamos ficando como ele?

Em 2012, os niveis de radiação solar chegam a um nível tão alto que derretem o núcleo da Terra, fazendo com que as placas tectônicas se mexam com mais intensidade, o que ocasiona o deslocamento de toda a crosta terrestre. Todo esse movimento provoca terremotos, furacões, maremotos, explosões vulcânicas e tsunamis que mudam a geografia do planeta. Quem estiver no caminho dos desastres, não vai sobreviver, mas quem não estará no caminho? A condenação do planeta ao seu fim é certa, mas um escritor falido toma conhecimento de planos do governo que criaram arcas secretas para salvar algumas pessoas (quem pudesse pagar) e é pra lá que ele leva sua família, passando por cima de todos os desastres. O filme é basado numa profecia maia que prevê o fim do mundo para 21 de dezembro de 2012, dentre outras correntes que também apostam nisso.

Se formos levar em conta um roteiro conciso, "2012" não é perfeito, óbvio. Mas em filmes desse tipo, analisar o roteiro faz com que todo o filme perca o sentido. Roland Emmerich quis detonar o mundo, então no que devemos prestar atenção em um filme desses? Nos efeitos, ora! E são eles que mandam e desmandam, no que talvez possa ser o melhor filme catástrofe ever! Só a destruição de parte de Los Angeles e Las Vegas vale o filme inteiro. O tom de ação e tensão esá presente no filme inteiro, com momentos de tirar o fôlego e reviravoltas impressionantes. Pra quem queria ver o mundo sendo destruído, é isso que vai ver. Ah, e a famigerada cena em que o Cristo Redentor é despedaçado não acrescenta nada de novo ao que já havia no trailer, só que agora tem um "Off" jornalistico em português ("Oh, Meu Deus! Está desmoronando a estátua do Cristo!!!", ou algo assim, em imagens gentilmente cedidas pela Globo News).

Por outro lado, Emmerich parace querer avisar alguma coisa, assim como fez em "O Dia Depois de Amanhã". Mas sempre dá pra tirar uma lição desses filmes. O que estamos fazendo da vida? O que estamos fazendo com o planeta? Será que existem pessoas boas? O que posso fazer pelo meu semelhante? Será que o mundo vai acabar mesmo? Essas perguntas sempre pipocam depois de um film catástrofe. "2012" tem diversão garantida e efeitos de primeira, mas nada disso tem sentido se você não tentar responder a essas perguntas. Então, os maias estavam certos? Só saberemos em 2012. Em 2000, Nostradamus não estava...

Nota: 9,0

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