sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Festival do Rio - Humpday

09/outubro/2009


Humpday
(EUA, 2009) De Lynn Shelton. Com Mark Duplass, Joshua Leonard, Trina Willard.

Não dá pra entender filmes como "Humpday", que ganhou o infame título nacional de "O Dia da Transa". Sabe aquele tipo de filme que parece ser incrivelmente despretensioso, como "A Namorada Ideal" ou "Superbad"? É isso que se pensa quando se lê a sinopse desse filme, que no fim das contas, decepciona mais do que agrada. Apesar de arrancar gargalhadas em alguns momentos, o filme segue uma linha de raciocínio meio confusa. Afinal, a proposta é: somos caretas que podem se liberar ou somos liberais que podem ser caretas, no fundo?

Ben é casado com Lilly e leva uma vida normal com a esposa. É quando o desmiolado e destrambelhado Andrew chega na cidade e se hospeda com o casal. Andrew conhece umas pessoas no primeiro dia na cidade e chama Ben, que foi seu melhor amigo na faculdade, para participar de uma festinha. Chegando lá, após uma noite de bebidas, drogas e farra, surge o assunto de um concurso local de vídeos pornô amadores. É quando os dois, mas altos do que nunca, decidem fazer o melhor filme com a melhor história: nada melhor do que sexo explícito com dois caras héteros!

Genial, né? Os paradigmas se quebram quando percebemos que depois da noitada, o careta Ben esquece que é careta e embarca com toda a força na ideia. E é o liberal Andrew que começa a amarelar diante da situação. Tudo isso podia ser até engraçado no resultado se, no fim das contas, nada leva a nada. Não há descobertas nem uma moral da história. Nada. Um põe o casamento em risco e o outro as suas próprias convençôes à prova à toa.

Mesmo que o diretor Lynn Shelton e os atores (até muito bons, por sinal) tenha a melhor da intenções, "Humpday" não emplaca pra mim pela simples falta de inciativa em querer que as coisas aconteçam. O filme é bom, engraçado e tudo, mais falta um algo mais. Algo que diga que a situação, no fim de tudo, não vai voltar ao que era, que nada mais vai ser como antes. E não é essa a sensação de quem sai da sala de cinema. Proposta boa, resultados errados.

Nota: 6,0

Um comentário:

Rafael Onori disse...

Lynn Shelton é uma diretora e não diretor. De resto, ainda não vi o filme, mas sua resenha crítica (que vai na contramão da série de elogios que li até agora)me deixou ainda com mais vontade de vê-lo.