sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Matadores de Vampiras Lésbicas

30/outubro/2009

Lesbian Vampire Killers
(Reino Unido, 2009) De Phil Claydon. Com Mathew Horne, James Corden, Myanna Buring, Paul McGann, Silvia Colloca.

É engraçado ver como a moda dos filmes de vampiro veio pra ficar. Não começou com a saga "Crepúsculo", como muitos pensam. A série "Anjos da Noite" chegou muito antes nesse quesito. Mas foi com Bella, Edward e companhia que os vampiros ganharam força novamente no cinema. Tanta força que chegamos ao cúmulo de ter um filme chamado "Matadores de Vampiras Lésbicas", vindo de um país que não esperamos um produto assim, a Inglaterra. Apesar do título, a aura de trash vai se confirmando a cada momento e o filme se mostra uma opção bem divertida. Na verdade, o longa é o mais engraçado do festival até agora.

No filme, dois rapazes são levados a um vilarejo no interior da Inglaterra que está dominado por uma antiga maldição. No passado, Carmilla, a Rainha Vampira dominava a região e criou um exército de vampiras lésbicas.O único capaz de derrotá-la foi o guerreiro McLaren. Mas não sem antes Carmilla lançar a maldição no local. Todas as moças se tornariam vampiras lésbicas assim que completarem dezoito anos e Carmilla retornaria quando o último descendente de McLaren fosse morto, ao receber o amor de uma virgem. É aí que entram o tapado Jimmy McLaren e o desajeitado Fletcher, que topam no meio do caminho com quatro belas garotas que serão o jantar das vampiras lésbicas. Agora, para livrar o vilarejo da maldição - e a si mesmo da morte - Mc Laren e Fletcher precisam correr contra o tempo e impedir o retorno de Carmilla, exterminando todas as vampiras lésbicas.

Sem dúvida, um dos filmes mais divertidos do ano, "Matadores de Vampiras Lésbicas" tenta colocar os europeus no mesmo patamar dos novos comediantes americanos, como Judd Apatow, Seth Rogen e Steve Carrell. E conseguem. O filme não tem a pretensão de ser um épico vampiresco, apesar de muito bem produzido (pecando um pouco por alguns efeitos), mas sim fazer rir e contar uma boa história. Assim, conhecemos um pouco mais do talento dos jovens atores Mathew Horne e James Corden. Atenção para o final, que supõe que deve ter uma continuação.

Nota: 9,0

"Coco Antes de Chanel" estreia hoje

30/outubro/2009


Coco Avant Chanel
(França, 2009) De Anne Fontaine. Com Audrey Tatou, Benoît Poelvoorde, Alessandro Nivola, Marie Gillain.

O que é melhor: a cinebiografia de Coco Chanel ou a oportunidade de ver a maravilhosa Audrey Tatou em ação? Como todo filme francês, esse carrega aquela aura europeia e elegante. Ainda mais quando se fala da mulher que revolucionou o mundo da moda, numa época em que moda nem tinha esse contexto. "Coco Antes de Chanel" é muito mais sobre a mulher do que sobre a estilista.

Gabrielle é uma menina que foi deixada em um orfanato junto com a irmã, Adrienne. Quando crescem, as duas vão trabalhar como costureiras durante o dia, mas cantam em um bar à noite, alimentando o sonho de serem atrizes. Quando Adrienne decide parar de cantar, atendendo a pedidos do amante, Gabrielle vai morar na casa de um admirador, o Barão Etienne, de quem ganha o apelido Coco. Aos poucos, Coco vai se moldando na mulher que se tornaria, impondo sua personalidade no modo de vestir. Numa época em que todas as mulheres andavam de plumas, penas e laçarotes bufantes para se exibir, Coco mostrava a simplicidade. Seus chapéus vão ganhando fama e seu relacionamento com o Barão se desgasta, até que conhece o inglês Artur Capel e se muda para Paris.

O resto é história. Na verdade, o filme mostra mais a trajetória de Coco até se mudar para Paris e começar a fazer fama. Em nenhum momento do filme, o nome Chanel é usado, para se ter uma noção. Mas nem por isso sua personalidade é diminuída no filme, De temperamento forte desde sempre, Coco mostra no seu figurino o que era por dentro. Ela ousou desafiar padrões até então nunca pensados na França antiga. Por exemplo, o fato de uma mulher querer trabalhar era impensável. Por isso, Coco ficou conhecida como o símbolo da mulher moderna e a Maison Chanel é hoje uma das casas de alta costura mais importantes do mundo.

Audrey Tatou respira Chanel em todos os momentos. A diretora Anne Fontaine captou um traço do pouco universo feminino que havia na época e conseguiu transportar para a tela uma belíssima visão do mundo de Coco. A feminilidade da personagem nunca esteve escondida, sempre esteve presente. Só que feminilidade para Chanel não deveria estar nas roupas, apertadas e pesadas, e sim na atitude e isso sim se transparecia nas roupas. Ia dar uma nota menor para "Coco Antes de Chanel" mas nada como uma reflexão para nos fazer mudar de ideia. O mito nunca teria existido não fosse a determinação que o criou.

PS: O apelido de Gabrielle Chanel veio da música que cantava no bar, uma historinha sobre um cachorrinho chamado Coco.

Nota: 9,0

Atividade Paranormal. Você sabe que filme é esse?

30/outubro/2009

Por Wallysson Soares, do Cinema com Rapadura

O terror independente “Atividade Paranormal“, que tem feito um sucesso arrepiante em terras estadunidenses, estreou neste último fim de semana na primeira colocação das bilheterias, apesar da concorrência de “Jogos Mortais VI”. A partir de seu orçamento minúsculo de US$13 mil, o filme já soma mais de US$60 milhões arrecadados. Não demorou muito até que a Paramount Pictures, estúdio que adquiriu a distribuição do longa, discutisse sobre uma possível sequência. “Nós temos os direitos sob uma base mundial para fazer ‘Paranormal 2′ e estamos especulando se fará algum sentido”, informa o presidente da empresa, Brad Grey.

“Atividade Paranormal”, que foi realizado por Oren Peli, estreou pela primeira vez em 2007 no Screamfest Film Festival. Desde então, tem obtido reações entusiasmadas de audiência ao redor do país que se declararam realmente aterrorizadas pela película. Após a compra dos direitos pela Dreamworks, o filme começou a ter um marketing viral pesado. No site oficial da produção, a população podia ordenar que o filme chegasse em sua cidade. Originalmente, o terror estreou em 12 salas, cujo valor já se expandiu para 760.

O filme tem recebido comparações frequentes com “A Bruxa de Blair”, tanto por seu sucesso comercial intimidante ao partir de orçamento curto, quanto por seu conceito. No filme, um casal registra com uma câmera caseira as perturbações causadas por um espírito do mal. “A Bruxa de Blair” custou US$60 mil e arrecadou mais de US$248 milhões mundialmente. O filme, que retratava um grupo de estudantes de cinema que se perdem numa floresta assombrada ao registrar documentário, ganhou uma sequência. Lançado um ano depois, “A Bruxa de Blair 2: O Livro das Sombras” fez sucesso limitado e teve recepção negativa da crítica.


terça-feira, 27 de outubro de 2009

Garota Infernal

27/outubro/2009


Jennifer's Body
(EUA, 2009) De. Com Megan Fox, Amanda Seyfried, Johnny Simmons, J.K. Simmons e Adam Brody.

Quantas vezes falei mal de Megan Fox? Um zilhão. Porque eu não gosto dela. Nem um pouco. Ela é justamente o tipo de "High school evil" que o seu mais novo filme descreve. Pra dizer tudo, she's a bitch. Porém, é preciso ressaltar que "Garota Infernal", tão aguardado por esse que vos fala", é seu melhor filme até agora (considerando que sua carreira inclui 2 Transformers e uma bomba chamada "Um Louco Apaixonado"). O filme é bom, prende pelo entretenimento e nem se propõe a algo mais do que isso. Para fazer alguém tão trash quando Jennifer, só poderia ser alguém como Megan Fox. E como as duas casam direitinho no filme, como se Fox tivesse nascido para Jennifer, eu tiro o meu chapéu (só essa vez) para Megan Fox.

Jennifer e Needie são melhores amigas desde muito pequenas. Na escola, as duas são inseparáveis, porém muito diferente. Needie é uma daquelas nerds certinhas, que namora um cara tão nerd quanto ela. Jennifer é a popular da escola, líder de torcida e objeto de desejo de todos os garotos. Uma noite, Jennifer e Needie visitam o único bar da cidade, onde uma banda nova vai se apresentar. Uma tragédia acontece e o bar explode, matando todos os presentes, menos Needie, Jennifer e a banda. Needie vai pra casa, mas Jennifer entra na van da banda acreditando estar seduzindo o vocalista. Na verdade, a banda está planejando um ritual satânico onde precisam entregar a alma de uma virgem ao diabo para fazerem sucesso. O plano funciona, eles ficam famosos, mas o tiro sai pela culatra: Jennifer, óbvio, não é virgem. Em vez de morrer, ela se transforma em uma devoradora de corpos humanos, ou melhor, de homens, matando os garotos da cidade e bebendo seu sangue. Cabe agora à Needie deter a melhor amiga e evitar que mais mortes aconteçam.

O filme é um típico terror adolescente, mas faz tempos que não vemos um filme tão adolescente assim. Que "High School Music" e "Hannah Montana" que nada, essas pragas que vem mostrar que certas coisas só acontecem no mundo da fantasia. Claro que, no mundo real, as gostosas da escola não saem por aí comendo carne humana. Mas fora isso, o universo adolescente está muito bem retratado, melhor do que em "American Pie", por exemplo. Mas claro, quem escreveu já tinha nos mostrado um ambiente real e surreal ao mesmo tempo. O filme é escrito por Diablo Cody, a mesma mente por trás de "Juno". Aliás, Jennifer é exatamente o oposto de Juno.


Amanda Seyfried e Adrien Brody mostram que podem ir além de seus personagens medianos em "Mamma Mia" e "The OC". Mas a bitch Megan Fox bem que podia parar de falar mal dos outros por aí e se comportar direitinho algumas vezes. Ela até que não é de todo ruim não, mas se continuar assim vai ficar sem emprego. Vale lembrar que, mesmo com toda a propaganda, "Garota Infernal" não foi muito bem nas bilheterias americanas. Isso deve se reverter na bilheteria mundial, ja que Fox é uma diva adorada planeta afora. Podia ser melhor e um pouco menos apelativo, mas como diversão tá bom.


Nota: 8,5

Bastardos Inglórios


27/outubro/2009


Inglorious Basterds
(EUA, 2009) De Quentin Tarantino. Com Brad Pitt, Michael Fassbender, Eli Roth, Diane Kruger e Mélanie Laurent.

Pois é, ninguém imginava que ele faria de novo. Ninguém pode ser tão brilhante assim a ponto de erguer um filme do nada existencial entulhado numa gaveta. Mas não estamos falando de qualquer ninguém aqui. É de Tarantino, baby. Quentin Tarantino. Algum tempo depois de ter saído da sessão de "Bastardos Inglórios" ouvi alguém me dizer, ou li em algum lugar, que até então Tarantino estava apenas brincando de ser Tarantino, se descobrindo. Com esse filme, ele mostra que ele é o Tarantino pleno, amadurecido, o cineasta pelo qual o mundo se apaixonou anos atrás com "Pulp Fiction". Se ele queria fazer o filme definitivo, conseguiu.

Na trama de "Bastardos", durante a segunda guerra, na França ocupada pelos nazistas, um francês esconde uma família judia em sua casa mas eles são descobertos pelo coronel Hans Landa. É claro que ninguém sobra vivo e são todos fuzilados, menos uma das filhas, Shosanna Dreyfuss, que consegue fugir. Anos depois, Shosanna se mantém com um cinema antigo com uma outra identidade. Em um outro ponto, o Tenente Aldo Raine lidera um grupo intitulado "Os Bastardos", rebeldes americanos nas linhas inimigas encarregados de fazer só uma coisa, uma coisa apenas: matar nazistas. Os destinos de Shosanna e dos Bastardos irão se cruzar quando um oficial nazista consegue realizar a premiére de um filme-propaganda nazista no cinema de Shosanna e mais, com a presença do Fuhër Hitler em pessoa! Prato cheio para os Bastardos colocarem o plano mais absurdo de todos para matar Hitler e para Shosanna enfim poder vingar sua família. O que não vai ser fácil, para nenhum dos lados, é passar pela astúcia do coronel Landa.


Com um roteiro assim nem parece que "Bastardos" só foi mesmo feito porque Tarantino cansou de olhar para o script inacabado na sua gaveta! O filme levou anos para ser finalizado e as filmagens aconteceram no ano passado, quase que instantaneamente. Obra do destino, milagre divino, ou a genialidade do diretor? O que importa é que quando assistimos ao filme vemos um diretor maduro, não cansado da indústria pop (as referencias apareçam o tempo todo) mas aproveitando-as em um filme, digamos, adulto. E põe adulto nisso! Se o sangue falso espirrando, como em um mangá, em "Kill Bill" não foi suficiente, em "Bastardos" a sua impressão de um bastão de baseball nunca mais será a mesma!

Com um elenco ligeiramente desconhecido - exceto por Diane Kruger ("A Lenda do Tesouro Perdido") e, claro, Mr, Pitt - Tarantino explora ao máximo o potencial de cada um dos atores. Praticamente todas as frases do coronel Landa, interpretado por Christopher Waltz, são marcantes. Eli Roth (diretor de "O Albergue") aparece como ator e dá um show de carisma na tela (ele não parece com o Zachary Quinto, o Sylar da série "Heroes"?). Os Bastardos tem seu momento junto a Diane Kruger, a atriz espiã Bridget von Hammersmark. Mas se falaremos de atuações, os destaques sem dúvida são de Brad Pitt, que interpreta talvez o seu personagem mais forte dos últimos dez anos, e isso incluindo Jesse James, Benjamin Button e Tyler Durden - tá, talvez não Tyler Durden. Outro destaque é para Melanie Laurent, a verdadeira protagonista do filme, cuja personagem o filme não existiria sem.



O melhor filme de Tarantino? Talvez. "Pulp Fiction" é icônico, "Cães de Aluguel" foi marcante, "Kill Bill" é o mais pop, sem dúvida. O que vale aqui é dizer que "Bastardos" é único. O filme de segunda guerra definitivo. E quando dizem isso é verdade, não existe mais nada a contar sobre a segunda guerra. O que restava era uma realidade alternativa, E é isso que Tarantino nos dá com maestria no instigante final. Mas aí, no final do filme, você já está vibrando de felicidade e saltando da cadeira. Tarantino não deve ganhar o Oscar, Mas que merece, merece. Ou talvez não. O filme já é um brinde à sua carreira. Os fãs agradecem. E aposto que ele também.

Nota: 10

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Cinema com Rapadura de cara nova!

23/outubro/2009


Gente, dá uma olhada no visual novo do Cinema com Rapadura, o grande portal de cinema que não só me enche d mais conhecimento sobre o mundo cinematográfico como também me dá a honra de contribuir com as notícias! Tudo isso fruto de um árduo trabalho de uma equipe de produtores, redatores e colaboradores e ainda uma direção como a do Jurandir Filho. Vale a pena não só conferir o novo visual como também passar horas navegando nele.



Sem falar que agora ele conta com 3 seções novas: Livros, Games e Quadrinhos. Dá-lhe CCR!!


quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Megan Fox volta atrás nas suas declarações contra equipe de "Transformers"

22/outubro/2009

Agora tu vê! Essa daí é louca mesmo. De pedra.

Durante a cerimônia de entrega do Scream Awards 2009, realizado pela Spike TV, a atriz Megan Fox (do inédito "Garota Infernal") declamou elogios à equipe de "Transformers" e refutou todas as declarações que sairam na grande imprensa envolvendo o seu nome.

"Eu não faço isso normalmente, mas eu queria dizer alguma coisa. Tem havido muitas reportagens falsas sobre como eu me sinto sobre esse filme. Eu só quero ser muito clara e dizer que eu tenho me sentido sempre como uma parte muito simples de um filme tão extraordinário", disse ela em seu discurso. Fox ganhou o prêmio de melhor atriz em filme de ficção científica.

Ela continuou: "O filme me tirou da obscuridade e me deu uma carreira, e eu sou completamente grata a todas as pessoas envolvidas com essa franquia". A imprensa americana especula que a mudança de tom de Fox se deva ao relativo fracasso de seu último filme, "Garota Infernal".

O diretor Michael Bay ("Bad Boys") anunciou que "Transformers 3" está em andamento e que ele quer trazer Fox de volta. Foi noticiado também que Bay estaria pretendendo matar a personagem dela nos primeiros minutos do filme, substituindo a atriz por outra.

Entre as confusões envolvendo Fox e a equipe do filme dos robôs, estão comentários dela com relação ao diretor e chegou a compará-lo a Hitler, na sua forma de trabalhar. Em contrapartida, a equipe do filme enviou uma carta onde comparava Fox com atrizes pornô e a chamava de antiprofissional.
Essa foi a notícia "Megan Fox é louca" da semana. Esperemos a próxima.

sábado, 10 de outubro de 2009

Festival do Rio - Resumão

10/outubro/2009
300 filmes. 2 semanas. filmes vistos. Muito tempo gasto em salas de cinema e ainda assim não é o que eu gostaria. 3 filmes foram perdidos ("Doze Jurados e Uma Sentença", "Amor Extremo" e "Flordelis"). Mas o Festival do Rio 2009, como não poderia deixar de ser, marcou o ano cinematográfico no Brasil. Mais um ano se passou e já estamos ansiando pelo festival do ano que vem. Por um acaso eu nem sei que filmes estão passando no circuito comercial! Eu sei que agora dá pra ver "Bastardos Inglórios" tranquilamente e ainda tem "Gamer" e "Tá Chovendo Hamburguer". E ainda o candidato brasileiro ao Oscar, "Salve Geral". Vamos então correr atrás do prejuízo. Pra quem perdeu alguma coisa do festival, ainda tem a repescagem no Estação. No mais até o ano que vem. Aí embaixo tem os links dos filmes que eu assisti. Vlw Festival, ano que vem tamo junto em mais um aniversário!!!


Total: 15 filmes

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Festival do Rio - Coco Antes de Chanel

09/setembro/2009
Coco Avant Chanel
(França, 2009) De Anne Fontaine. Com Audrey Tatou, Benoît Poelvoorde, Alessandro Nivola, Marie Gillain.

Acabou o Festival... (snif) Pelo menos pra mim, já que ainda dá tempo de participar do Última Chance, mais uma semana de filmes para quem perdeu alguma coisa do festival. Pra mim, esse ano se encerra com a cinebiografia de Coco Chanel e a oportunidade de ver a maravilhosa Audrey Tatou em ação. Como todo filme francês, esse carrega aquela aura europeia e elegante. Ainda mais quando se fala da mulher que revolucionou o mundo da moda, numa época em que moda nem tinha esse contexto. "Coco Antes de Chanel" é muito mais sobre a mulher do que sobre a estilista.

Gabrielle é uma menina que foi deixada em um orfanato junto com a irmã, Adrienne. Quando crescem, as duas vão trabalhar como costureiras durante o dia, mas cantam em um bar à noite, alimentando o sonho de serem atrizes. Quando Adrienne decide parar de cantar, atendendo a pedidos do amante, Gabrielle vai morar na casa de um admirador, o Barão Etienne, de quem ganha o apelido Coco. Aos poucos, Coco vai se moldando na mulher que se tornaria, impondo sua personalidade no modo de vestir. Numa época em que todas as mulheres andavam de plumas, penas e laçarotes bufantes para se exibir, Coco mostrava a simplicidade. Seus chapéus vão ganhando fama e seu relacionamento com o Barão se desgasta, até que conhece o inglês Artur Capel e se muda para paris.

O resto é história. Na verdade, o filme mostra mais a trajetória de Coco até se mudar para Paris e começar a fazer fama. Em nenhum momento do filme, o nome Chanel é usado, para se ter uma noção. Mas nem por isso sua personalidade é diminuída no filme, De temperamento forte desde sempre, Coco mostra no seu figurino o que era por dentro. Ela ousou desafiar padrões até então nunca pensados na França antiga. Por exemplo, o fato de uma mulher querer trabalhar era impensável. Por isso, Coco ficou conhecida como o símbolo da mulher moderna e a Maison Chanel é hoje uma das casas de alta costura mais importantes do mundo.


Audrey Tatou respira Chanel em todos os momentos. A diretora Anne Fontaine captou um traço do pouco universo feminino que havia na época e conseguiu transportar para a tela uma belíssima visão do mundo de Coco. A feminilidade da personagem nunca esteve escondida, sempre esteve presente. Só que feminilidade para Chanel não deveria estar nas roupas, apertadas e pesadas, e sim na atitude e isso sim se transparecia nas roupas. Ia dar uma nota menor para "Coco Antes de Chanel" mas nada como uma reflexão para nos fazer mudar de ideia. O mito nunca teria existido não fosse a determinação que o criou. E assim encerramos mais um Festival do Rio.

PS: O apelido de Gabrielle Chanel veio da música que cantava no bar, uma historinha sobre um cachorrinho chamado Coco.

Nota:9,0

Festival do Rio - The Burning Plain


09/setembro/2009

The Burning Plain
(EUA 2009) De Guillermo Arriaga. Com Charlize Theron, Kim Basinger, Joaquim de Almeida.

Guilhermo Arriaga foi, por muito tempo, parceiro do diretor Alejandro Gonzalez Iñarritu. Foi ele, por exemplo, o reponsável pelo roteiro de "Amores Brutos", "21 Gramas" e "Babel". Como sou fã incondicional dessed três filmes, não poderia faltar na sua estreia na direção. O problema é que falta alguma coisa em "The Burning Plain". Expért em filmes do tipo "quebra-cabeça", Arriaga construiu um que, dessa vez, é fácil de montar.

O filme narra três histórias paralelas. Sylvia trabalha em um restaurante, tem um caso secreto com um dos funcionários e se relaciona sexualmente com vários outros estranhos. Ela se corta, propositalmente, para aliviar algum tipo de culpa por causa do que faz. Até que ela começa a ser seguida por um homem misterioso; A pequena Maria vê um acidente com o avião que o pai pilotava. No leito do hospital, ele pede ao amigo Carlos que encontra a mâe de Maria e a leve até ela; Santiago e Cristóbal perdem o pai em uma explosão num trailer no deserto. O homem estava lá com a amante e isso mexe com a estrutura da família. Mexe mais ainda quando Santiago se apaixona por Mariana, a filha da amante do pai. O filme ainda mostra o envolvimento de Mariana e sua mãe, antes da morte dela.

A forma como essas histórias se entrelaçam é o ponto chave do filme, assim em todos os filmes típicos do diretor. O problema é que, dessa vez, o problema está todo solucionado na cabeça do espectador, sobretudo quando se é um especialista nos roteiros de Arriaga. Pois então, com medo da parcialidade, vou pular o roteiro. As atuações até que estão boas, mas se esperava um pouco mais de Charlize Theron, que no filme está incrivelmente apática. SPOILER: quando ficamos sabendo que Mariana e Sylvia são a mesma pessoa, as personalidades das duas não combinam, mesmo que Mariana tenha guardado um trauma tremendo por ter matado a mãe e o amante.

Apesar de tudo, para uma estreia, Arriaga se sai bem, criando um ambiente crível dentro de sua atmosfera. Uma ótima fotografia e trilha sonora ajudam a compor a história. E deve-se lembrar a ótima performance do elenco jovem e dos veteranos Kim Basinger e Joaquim de Almeida, como o casal de amantes. Vale a pena assistir, mas Arriaga podia ser um pouco menos previsível.

Nota: 8,0

Festival do Rio - Dançando com o diabo

09/outubro/2009
Dancing with the devil
(EUA, Brasil, 2009) De Jon Blair.

O documentário "Dançando com o diabo" ganhou certa força no Brasil após ser exibido trechos do filme em uma reportagem do "Fantástico". O boca a boca no dia seguinte foi geral, eu lembro. Afinal, como um americano qualquer entra nas nossas favelas, na polícia e no interior de uma igreja desse jeito, desmascarando facetas de bandidos, policiais e gente comum que, no fundo, todos conhecemos mas temos vergonha de admitir? Aí é que entram as controvérsias. Jon Blair não é um americano qualquer, tendo ganhado o Oscar de melhor documentário por "Anne Frank Remmbered". E outra: o filme foi, simplesmente, o melhor filme que eu assisti no Festival.

O documentário narra a guerra do tráfico em comunidades da Zona Oeste do Rio de Janeiro, sob o ponto de vista de três homens diferentes: o inspetor da polícia federal Leonardo Torres, o chefe do tráfico da favela, Aranha, e o pastor Dione, que além do trabalho de evangelização dos bandidos, cuida de outros que foram espancados e violentados por seus "companheiros".

O interessante do documentário não é só mostrar a realidade do Rio de Janeiro, que já foi explorada no cinema de várias formas. É confrontar as versões dos três personagens, que mostram cada um sua visão das coisas. 1- O bandido que culpa a polícia e se vê como o redentor da comunidade. Aranha faz concursos culturais para as crianças, distrbui alimentos, presta assistência a moradores e chega a recriminar crianças que brincam de bandidos. Culpa o governo por tudo chegar onde chegou e quer se libertar a todo custo e aceitar Jesus. 2- o policial que tem ódio de todos os bandidos e quer a punição. O comandante Leonardo descreve o risco de sua profissão e a falta de piedade de bandidos na hora de matar policiais. Eles miram com a intenção de matar. 3- O pastor que enxerga o melhor das pessoas e sabe que tem esperança para todos nos caminhos de Deus. Ao mesmo tempo, o pastor Dione age como um pacificador da comunidade, intervindo diretamente na ação dos bandidos de facções rivais. Ele chegou a ir em uma comunidade vizinha pedir trégua ao dono do morro. As ações realizadas por ele e sua igreja se estende a outros pontos do Rio de Janeiro e ele tenta a todo custo cuidar de Aranha e aconselhá-lo a largar o tráfico.
Jon Blair capta cada segundo com profissionalismo e a montagem e a trilha sonora ajudam a dar o tom perfeito para o documentário. Tudo é um tapa na cara de quem assiste - a plateia do Festival chegou a aplaudir a declaração de Aranha, quando ele diz que a culpa é do governo, que poderia investir muito mais na saúde e na educação ao invés de gastar em carros blindados. No fim das contas, quem são os culpados? O filme não justifica nenhuma ação, tanto dos bandidos quanto dos policiais. Só mostra os dois lados. O julgamento fica para a população que convive com isso todos os dias. A mesma população que vai ao cinema, na premiére do filme, bem vestida e saída de seus carros importados e suas luxuosas casas na Zona Sul. A mesma população que ajuda o tráfico a se manter, que elege maus governantes, que compactuam com a corrupção, quando elas levam vantagens. A mesma população que aplaude um incrível e belíssimo documentário, mas sai da sala de projeção de mãos atadas, querendo mas não podendo agir.

Nota: 10++

Festival do Rio - Humpday

09/outubro/2009


Humpday
(EUA, 2009) De Lynn Shelton. Com Mark Duplass, Joshua Leonard, Trina Willard.

Não dá pra entender filmes como "Humpday", que ganhou o infame título nacional de "O Dia da Transa". Sabe aquele tipo de filme que parece ser incrivelmente despretensioso, como "A Namorada Ideal" ou "Superbad"? É isso que se pensa quando se lê a sinopse desse filme, que no fim das contas, decepciona mais do que agrada. Apesar de arrancar gargalhadas em alguns momentos, o filme segue uma linha de raciocínio meio confusa. Afinal, a proposta é: somos caretas que podem se liberar ou somos liberais que podem ser caretas, no fundo?

Ben é casado com Lilly e leva uma vida normal com a esposa. É quando o desmiolado e destrambelhado Andrew chega na cidade e se hospeda com o casal. Andrew conhece umas pessoas no primeiro dia na cidade e chama Ben, que foi seu melhor amigo na faculdade, para participar de uma festinha. Chegando lá, após uma noite de bebidas, drogas e farra, surge o assunto de um concurso local de vídeos pornô amadores. É quando os dois, mas altos do que nunca, decidem fazer o melhor filme com a melhor história: nada melhor do que sexo explícito com dois caras héteros!

Genial, né? Os paradigmas se quebram quando percebemos que depois da noitada, o careta Ben esquece que é careta e embarca com toda a força na ideia. E é o liberal Andrew que começa a amarelar diante da situação. Tudo isso podia ser até engraçado no resultado se, no fim das contas, nada leva a nada. Não há descobertas nem uma moral da história. Nada. Um põe o casamento em risco e o outro as suas próprias convençôes à prova à toa.

Mesmo que o diretor Lynn Shelton e os atores (até muito bons, por sinal) tenha a melhor da intenções, "Humpday" não emplaca pra mim pela simples falta de inciativa em querer que as coisas aconteçam. O filme é bom, engraçado e tudo, mais falta um algo mais. Algo que diga que a situação, no fim de tudo, não vai voltar ao que era, que nada mais vai ser como antes. E não é essa a sensação de quem sai da sala de cinema. Proposta boa, resultados errados.

Nota: 6,0

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Festival do Rio - A Fita Branca

08/outubro/2009


Das Weisse Band
(Áustria, Alemanha, 2009) De Michael Haneke. Com Susanne Lothar, Ulrich Tukur, Burghart Klaubner, Michael Kranz e Marisa Growaldt.

Uma fila gigantesca, de dobrar o quarteirão, do lado de fora. Expectativas lá no alto. Três horas de projeção. Michael Haneke, o homem por trás de "Caché" e "Funny Games". O vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes desse ano não poderia estar de fora do Festival do Rio e não poderia ser com menos cacife. Além do mais, "A Fita Branca" tem arrancado aplausos por todos os lugares que passa, e não é para menos. O longa foi filmado em preto-e-branco, o que é arriscado para os padrões digitais do século XXI. Mas Michael Haneke faz um filme não só competente no roteiro, mas visualmente e esteticamente bonito, como um poema.

No filme, um professor de um vilarejo no interior da Alemanha narra os acontecimentos naquela localidade, antes da Segunda Guerra Mundial. Vários acidentes misteriosos começam a acontecer, como uma linha esticada para derrubar um cavalo e o médico da cidade, um incêndio em um celeiro, duas crianças sequestradas e torturadas. Todos ficam apreensivos no local enquanto tentam levar suas vidas adiante. Tudo é controlado pelo temido Barão, e seus atos repercutem na vida de todos. Ainda vemos a rotina na casa do pastor local, que controla seus filhos com mãos de ferro e do administrador, que também é afetado por tudo o que acontece. O único alhieo e disposto a desvendar o mistério é o professor, que se apaixona pela babá do Barão, que é demitida após o filho dele ser torturado.

"A Fita Branca" tem um roteiro magnífico. A história se desenrola e não vai se arrastando, como seria de se esperar de um filme do gênero. Alguns elementos do filme lembram um pouco do expressionismo alemão do início do cinema, sobretudi na escolha (mais do que acertada) do diretor de usar fotografia preto-e-branco. Ao mesmo tempo que dá um ar de antigo, já que a história se passa no início do século XX, também ajuda a conferir o caráter de suspense e autoritarismo puritano.
Haneke conseguiu levar a Palma de Ouro mas não é o tipo de diretor de Oscar. Não que o filme não mereça, mas o diretor conseguiu fujir de todos os estereótipos americanos e hollywoodianos. Ao mesmo tempo, o charme da história é capaz de conquistar qualquer plateia, eu poderia dizer. Michael Haneke já foi esnobado pela Academia com "Funny Games", de 1995, e com "Caché", de 2006, um dos melhores filmes da última decada. Mas porque pensar em Oscar/? "A Fita Branca" é uma obra de arte pura e genuína, dessas que a gente não vê mais por aí. Não é uma simples statueta de um homem dourado e nu que vai mudar isso. Sem falar que ultimamente, ganhar uma palma de ouro tem sido bem mais interessante.
Nota: 10

Festival do Rio - A Hora da Estrela

08/outubro/2009

A Hora da Estrela
(Brasil, 1985) De Suzana Amaral. Com Marcelia Cartaxo, José Dumont, Fernanda Montenegro, Umberto Magnani.

O filme "A Hora da Estrela", de 1985, foi exibido na última sexta-feira, 2, no Festival do Rio 2009, com uma versão totalmente restaurada digitalmente. Para a sessão única, estavam presentes parte da produção do filme, a diretora Suzana Amaral (do ainda inédito "Hotel Atlântico") e as atrizes Marcelia Cartaxo ("O Céu de Suely") e Fernanda Montenegro ("Central do Brasil")
"Estou muito feliz por estar aqui revendo os meus amigos e revivendo um momento tão importante na minha carreira", disse Amaral em um discurso de apresentação do filme. A versão final passou por uma aprovação prévia da diretora. As películas originais do filme se encontravam arquivadas na Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
"Foi um prazer ter feito esse filme. Vocês não sabem o que a Suzana me fez passar. Ela me colocava no canto, virada para a parede e eu chorava. Mas ela dizia 'Um dia você ainda vai me agradecer', e hoje eu agradeço muito", disse Cartaxo, que ganhou o Urso de Prata de Melhor Atriz no Festival de Berlim, por conta da interpretação da personagem Macabéa. O filme ainda levou vários prêmios no Festival de Brasília em 1986.
"A Hora da Estrela" é a transposição do romance homônimo da escritora Clarice Lispector e conta a história de Macabéa, uma migrante nordestina semianalfabeta que vai viver em São Paulo, onde trabalha em uma pequena firma e vive numa pensão miserável. Sua rotina se divide entre o trabalho, a amizade com uma colega e o relacionamento com um desengonçado conterrâneo. O filme expõe a solidão das grandes metrópoles e as circunstâncias perversas a que muitas vezes são submetidas pessoas ingênuas e sonhadoras.

Nota: 9,0



Beyoncé em negociações para ser a Mulher Maravilha

08/0utubro/2009


Do Cinema Com Rapadura


A cantora Beyoncé Knowles ("Dreamgirls - Em Busca de Um Sonho") deu uma declaração em que estaria confirmando as negociações para viver a Mulher Maravilha nas telonas. A notícia vem do site ComicBookMovie, mas já se espalhou pela internet em diversos sites especializados.
Beyoncé revelou durante uma entrevista de que vai se encontrar com os roteiristas Stuart Beattie e David Elliot ("G.I. Joe - A Origem de Cobra") e o diretor John Moore ("Max Payne") para discutir sobre o projeto, que será rodado em 2010 para lançamento já em 2011.
Se as negociações avançarem, Beyoncé chega na frente de outras atrizes que também estavam sendo frequentemente cotadas para o papel, como Jessica Biel ("O Vidente") e Jennifer Love Hewitt ("Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado").
Além disso, ela seria a primeira versão negra da personagem da DC Comics. O fato é o primeiro a ser divulgado após muito tempo sem nada saber sobre quem interpretaria a heroína nos cinemas. Resta saber se essa negociação é para o filme solo da guerreira amazona ou se Beyoncé vai integrar o elenco de "Liga da Justiça".
* Já imaginou a Mulher Maravilha negra? Ainda mais no corpo de Beyoncé? Para quem duvida, a cantora tem uma curta, mas até que boa carreira no cinema. Fora bombas como "Austin Powers" e "A Pantera Cor-de-Rosa", ela foi indicada ao globo de ouro por "Dreamgirls" e elogiadíssima por "Cadillac Records" e "Obssessed", que estreia em breve no Brasil.
Pra curtir, vai o clipe de "Ego".

Festtival do Rio - Um Namorado Para Minha Esposa

08/outubro/2009


Un Novio Para Mí Mujer
(Argentina, 2008) De Juan Tarauto. Com Adrian Suar, Valeria Bertuccelli e Gabriel Goyti.


A rivalidade Brasil X Argentina se estende a patamares impensáveis. Começa no futebol, passa para a comida, bebida, chega na cultura e por fim atinge o cinema. A Argentina é uma produtora de filmes muito bons, vide o recente "Leonera" e ainda o oscarizado "Tango". É claro que "Um Namorado Para Minha Esposa" nem de perto de se parece com os titulos citados antes. Ele é uma espécie de "Se Eu Fosse Você" hermano. E é duro de admitir: dessa vez, a Argentina leva a melhor.



Tenso está casado com Tana há muito tempo, mas se encontra em uma situação insustentável com ela. Por sua vez, Tana não faz nada para melhorar. Não tem amigos, não trabalha, não sai de casa, não faz nada além de reclamar. Procurando uma solução, mas sem coragem de pedir a separação, Tenso recorre a uma decisão desesperada: pede para um conhecido garanhão que seduza sua esposa, para que ela peça o divórcio. Só que o tiro sai pela culatra e Tenso se vê em uma situação que nunca conseguiria prever.



O filme é uma comédia romântica nata. Tem inúmeros momentos divertidos vindos dos atores, seja com o desmiolado Tenso (Adrían Suar), seja com a descompromissada Tana (Valeria Bertuccelli), seja com o garanhão Cuervo Florez (Gabriel Goity) ou até com a figura da psicóloga que faz a terapia do casal. Em matéria de comédia, "Um Namorado Para Minha Esposa" cumpre o seu papel, embora exagere na carga dramática (assim como o cinema brasileiro), mas esses momentos não chegam a estragar o filme (assim como o cinema brasileiro, às vezes).



Nota: 8,5

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Feliz Aniversário - O Balão Vermelho


05 de outubro de 2009
História portuguesa escrita por Ilona Bastos.


Era uma vez um Balão Vermelho. Era redondo, de borracha e pequeno.
Um belo dia, o Balão Vermelho foi embalado, juntamente com noventa e nove irmãos de todas as cores, numa caixa de cartão canelado. E, assim acomodados, os cem balões foram parar à loja da esquina, uma pequena tabacaria pertencente à Dona Celeste.

Certa tarde, aproximando-se o aniversário do Francisco, os pais decidiram fazer-lhe uma grande festa. Com antecedência, planearam todos os detalhes, não esquecendo as guloseimas, os chapéus em forma de cone com desenhos divertidos, as estridentes cornetas, cornetins e familiares e, naturalmente, os balões.

Na loja da Dona Celeste encontraram, maravilhados, a caixa dos cem balões. Eram balões de todas as cores: amarelos como o sol; rosados como pétalas de flores; verdes como a relva pela manhã; azuis como o céu e o mar; vermelhos como as papoilas do campo...

Escolhendo um e outro, pegando neste e naquele, o pai e a mãe do Francisco reuniram, satisfeitos, um bouquet de vinte balões. E - já todos adivinhámos, não é verdade? - entre os balões comprados para a festa do Francisco encontrava-se o nosso amigo Balão Vermelho.
Para ele, sair da caixa de cartão canelado foi uma revelação. Quanto espaço, quanto ar!
- Sou livre! - pensou, cheio de felicidade.
Deixada a loja, o Balão, impaciente, não se continha, e, espreitando pela dobra mal colada do pacote de papel, debruçava-se para o empedrado da calçada. Com rapidez - a velocidade dos passos enérgicos do pai do Francisco - ultrapassava as vitrines de uma capelista, repletas de botões, tecidos e linhas de diferentes tons e texturas. De seguida, deslumbrava-se com o colorido fresco dos legumes, das alfaces e das frutas, expostos em caixotes arrumados à porta de uma mercearia.
Era um festival de cores e de vida!
Tão excitado se encontrava o Balão Vermelho que nem deu pelo chegar a casa e o ser arremessado para dentro de um saco de plástico, em cima de uma cadeira.
Com o coração a bater depressa, aí se deixou ficar, saboreando a maravilhosa sensação de liberdade que o invadia.

Uma noite se passou - a da grande expectativa!
O Francisco, claro, sentia enorme ansiedade em relação ao seu aniversário, aos presentes e à festa com os primos e os amigos, que já imaginava a rir e a correr, felizes, pela casa fora. Para os pais do Francisco havia o cuidado em bem receber os convidados no seu lar, que queriam o mais acolhedor possível. E, quanto ao Balão Vermelho, inundava-o a embriaguês do renascer e o sentir que um destino maior o convidava, de longe, do horizonte.
Mas, continuando a nossa história, será aconselhável passarmos imediatamente ao reboliço da festa de aniversário do Francisco.
Como é costume nestas ocasiões, em cima dos aparadores havia jarras com cravos vermelhos e gipsófilas. Na mesa fora estendida uma toalha branca e, sobre ela, espalhados copos e pratos coloridos, palhinhas riscadas, guardanapos cobertos de desenhos, batatas fritas, pipocas doces, salsichas e gelatinas de diversos sabores.

E havia os convidados, naturalmente. Traziam fatos novos e presentes de vários tamanhos - surpresa! - embrulhados em papéis brilhantes e enfeitados com belas fitas e laços.
As meninas, usando vestidos rodados e aos folhos, e os rapazes, de calções e vinco a preceito, todos com o cabelo cuidadosamente penteado - primeiro, tímidos, depois, ousados - corriam por entre os adultos, bem dispostos, perseguindo carros, bolas e balões, os balões redondos, de borracha e pequenos.Deu-se aqui um acaso misterioso. Acompanhando as gargalhadas das crianças, pelo ar esvoaçavam balões amarelos, verdes, rosados e azuis. Porém, o Balão Vermelho ficara esquecido dentro do saco de plástico.
Ansioso, espreitando do seu canto, o Balão não compreendia por que razão todos os seus irmãos bailavam de mão em mão, enquanto ele se via ignorado, abandonado... Sentia-se confuso e triste, mas tentava consolar-se, murmurando:
- Já falta pouco! Já falta pouco!
-Falta pouco para quê, Balão Vermelho? Nem ele o sabia. Contudo, de olhar atento, absorvia o alvoroço em redor, ciente de que o seu momento não tardaria. Avistou as crianças, no quarto do aniversariante, entusiasmadas com os brinquedos e os jogos. Depois, conseguiu ouvir o silêncio que antecedeu o cantar do Parabéns a Você, na sala de jantar. Adivinhou o soprar das velas, o cortar do bolo, e apercebeu-se da despedida de cada convidado, com a entrega de um saquinho de guloseimas, acompanhada de agradecimentos efusivos pela festa tão divertida.
.
O dia, que a família vivera com tanta alegria, chegara ao fim. Deitado o Francisco entre lençóis de flanela, aninhado em sonhos risonhos, pela casa restavam apenas pedaços de papel de embrulho e farrapos de balões rebentados no calor da brincadeira.
O Balão Vermelho encostou-se bem ao fundo do saco, suspirou, desanimado, e adormeceu. E, assim, outra noite se passou.
.
Na manhã seguinte, o Balão Vermelho ficou abismado quando a persiana foi levantada. À luz do sol, o quarto assemelhava-se a um campo de batalha. Por todo o lado havia brinquedos. Bonecos, carros, bolas e jogos electrónicos espalhavam-se descuidadamente pelo chão e pelos móveis. Dos balões, nenhum restava inteiro.
Com os olhos ainda ensonados, os passos leves, os pés calçados em meias de lã, o Francisco começou a percorrer o quarto, atento, em busca de novidades.
Foi então que encontrou o saco de plástico com o pacote de papel, num canto da cadeira. Investigou o seu interior e de lá retirou, eufórico, o Balão Vermelho. Uma onda de alegria inundou o rosto do menino.
- Olha o Balão Vermelho! Então, maroto, como é que ontem conseguiste escapar? Deixa lá que já te vou encher!
- Enche, enche depressa! - pensou o Balão, radiante.
Mas os pais do Francisco não se mostraram de acordo, e foram bem claros:
- Agora, que és mais velho, precisas de assumir as tuas responsabilidades. Arruma primeiro o quarto, para depois poderes ir brincar. Estamos a pensar dar um passeio no parque para assistirmos à passagem dos balões. O que te parece?
- Ótima ideia! - aprovou o Francisco.
Sobressaltado, o Balão Vermelho quase gritou:
.
- Balões? Balões?! Também quero ir!
Num ápice, o Francisco arrumou os jogos no armário, os livros na estante, os carros na garagem e os bonecos nos seus respectivos lugares.
Mais tarde, lavado, vestido e com o pequeno-almoço tomado, o jovem Francisco pegou no seu Balão Vermelho, encheu-o, e, orgulhoso pelo trabalho bem feito, acompanhou os pais até ao parque.
Na verdade, estava uma manhã linda, com o céu muito azul e o sol a brilhar. Exactamente daquelas manhãs em que aos meninos salta o pé para a brincadeira, ao mesmo tempo que uma vozinha afoita lhes segreda ao ouvido: “Vem, vem correr na relva. Estão todos à tua espera para jogar à apanhada!”.
O parque encontrava-se cheio de gente naquela manhã de Domingo. Na televisão haviam anunciado a passagem dos balões de ar quente provenientes de um Festival organizado numa cidade vizinha. E tinham mesmo aconselhado a população a deslocar-se ao parque, onde, melhor que em qualquer outro local, poderia ser observado o espectáculo sem que os edifícos altos ou outras construções impedissem a visibilidade.
O Francisco estava muito entusiasmado e não parava de pular e correr, agitando no ar o Balão Vermelho, que partilhava da alegria do rapaz.
Por momentos, o Balão chegava mesmo a libertar-se dos dedos do menino, e então sentia-se erguer, leve como uma pena, inebriado com a aragem que o fazia balançar, planar um pouco, e finalmente o restituía às mãos expectantes do seu dono.
De repente, um grito ecoou pela multidão que, num só gesto, ergueu o seu olhar para o horizonte.
.- Hei-los! Vêm aí os balões!
.
Realmente, avistavam-se já algumas longínquas figuras coloridas de contornos mal definidos.
Inicialmente esbatidos, contra o azul do céu os balões de ar quente iam ganhando forma e cor à medida que se aproximavam empurrados pelo vento. As suas cúpulas vermelhas, azuis, amarelas e verdes, redondas e luminosas, aumentavam gradualmente de tamanho e fascínio.
Enquanto distantes, assemelhavam-se a brinquedos antigos, representados nalguma estampa de fim de século, mas ao perto transformavam-se em espantosas naves, enormes e arrojadas, transportando, nas suas barquinhas, destemidos aventureiros.
A liderar o desfile, um majestoso balão aos gomos cor-de-laranja, verdes e amarelos, ganhava velocidade. Logo à esquerda se aproximava outro, branco, radioso, com desenhos roxos e vermelhos. Já da barquinha de um terceiro, em tons de azul, uma silhueta humana acenava animadamente, a cabeça debruçada, os braços abertos, no ar.
E de cá de baixo, do meio da multidão, o Francisco e o Balão Vermelho exultavam:
- Eu quero ser balonista! - exclamava o rapaz, eufórico. - Quero viajar num balão e dar a volta ao mundo.
O pai sorriu.
- Sim, isso é possível, quando cresceres. E olha que há um português cujo nome está ligado à invenção dos balões, dos aeróstatos: Bartolomeu de Gusmão...
O filho agitou-se ainda mais e repetiu, atirando o Balão Vermelho ao ar:
- Sim, quero ser balonista... quando crescer!
- E eu quero ser balão... agora! - gritou o Balão Vermelho, aproveitando o impulso e ganhando altura.
Acabara de perceber por que motivo não participara na festa de aniversário do dia anterior. Compreendia também por que razão fora poupado, contrariamente ao que acontecera com os seus irmãos, tão rapidamente desaparecidos. Ele era diferente, porque um destino maior lhe estava reservado: na companhia destes seres grandiosos, daria a volta ao mundo, sobrevoaria cidades, vilas, aldeias, bosques e montanhas, mares, rios e desertos!
Uma rajada de vento fê-lo subir uma dezena de metros e, de cima, baixou o olhar para o parque, onde o Francisco estendia os braços à espera de o receber.
- Adeus, Francisco! - murmurou o Balão, enternecido - Gostei muito de te conhecer. Mas, agora, sigo o meu destino.
Voltou-se para cima e corou de entusiasmo e pura felicidade. Quanto mais feliz se sentia, mais subia e se aproximava dos outros balões.
- É engraçado! - pensou ele, observando os seus companheiros de viagem. - Os meus irmãos levam um chama gigantesca que aquece o ar e os faz elevarem-se até às nuvens. Mas, a mim, o que me faz voar é a felicidade!
Perante tal descoberta, deu uma gargalhada que o empurrou para grande altitude, como se levasse um foguete no rabo.
Sem parar de rir, aproximou-se de um balão colorido como um carrossel e piscou-lhe o olho. Seguidamente, chegou-se a outro, vermelho às pintas pretas, parecido com um gigantesco morango, e comentou, amavelmente:
- Hoje está um belo dia para viajar!
Mas o balão não disse nada, afastando-se.
O Balão Vermelho passeou por entre os balões imponentes, sem conseguir que lhe falassem. Eram perto de vinte balões de ar quente, mas seguia cada qual a um nível diferente, e não trocavam palavras entre si.
Finalmente, o nosso amigo alcançou o balão da frente, o dos gomos cor-de-laranja, verdes e amarelos, que parecia ser o líder e que de imediato se lhe dirigiu:
- Sou o comandante Citrino, e vejo que o meu pequeno amigo é muito falador - começou ele, numa voz que impunha respeito. - Ora isso não é bom para quem tem uma viagem tão longa para fazer como aquela em que nos encontramos. A conversa esgota-nos as energias e distrai-nos.
- Mas então esta viagem não é um passeio? - perguntou o Balão Vermelho, surpreendido.
- Evidentemente que não! - respondeu o comandante, com firmeza. - Vamos em missão, meu rapaz. Cada um de nós transporta, na sua barca, pessoas que nos confiaram as suas vidas, e é nossa tarefa levá-las sãs e salvas ao seu destino. O que não é nada fácil, devo dizer-te.O Balão Vermelho ficou tão espantado que perdeu um pouco de altitude e teve de fazer um esforço para acompanhar o Citrino.
- Não é mesmo nada fácil - continuou o comandante. - Temos de estar atentos aos ventos e ao peso do ar... Enfim, precisamos de muita disciplina, concentração e esforço para bem executarmos o trabalho que nos foi confiado e para não desiludirmos os nossos valorosos tripulantes.
- Sim, realmente é preciso coragem para voar pelos céus! - concordou o Balão Vermelho, logo acrescentando - E a vossa tarefa parece-me extremamente complicada... - Claro que o teu caso é completamente diferente - interrompeu o Citrino. - Não tens ninguém para transportar, nem trazes ar quente no teu interior. Afinal, o que é que te faz voar?
- A felicidade - respondeu o Balão Vermelho, quase sem pensar.
- A felicidade?! Trazes felicidade no teu interior e, assim, elevas-te no ar? É certo?
- Sim, é isso mesmo que acontece - confirmou o Balão Vermelho, risonho.
- E a tua missão é...?
O Citrino ficou à espera que o Balão terminasse a frase, mas este permaneceu calado. Foi ainda o comandante que concluíu, com o ar decidido de quem dá a conversa por encerrada:
- Bom, já percebi que o que te faz voar é a felicidade. Sim, senhor! Então, se me dás licença vou dedicar-me a uma manobra delicada, porque se aproximam ventos de sudoeste. Boa sorte!
Como anunciara, o Citrino inclinou-se majestosamente e mudou de rumo, no que foi seguido por todos os demais balões de ar quente.
O Balão Vermelho sentiu-se só pela primeira vez desde que subira ao céu. Desceu um pouco e baixou o olhar, procurando o Francisco. Contudo, o menino já não se avistava, nem o parque, nem mesmo a cidade.
O diálogo com o Citrino distraíra o Balão Vermelho ao ponto de este não mais saber onde se encontrava, e isso deixava-o um pouco ansioso. Por outro lado, as palavras do enorme balão de ar quente sobre a sua missão, e a resposta que ele próprio tão espontaneamente lhe dera, intrigavam-no. Sentia-se confuso, exactamente como às vezes nos acontece: estamos convictos de que arquitectámos uma ideia simplesmente brilhante, mas não conseguimos explicá-la; sabemos que uma palavra nos está debaixo da língua, pronta para a dizermos, e no entanto foge-nos no preciso momento em que desejamos pronunciá-la...
Pois o Balão Vermelho, embora soubesse que o seu destino não estava ligado ao dos balões de ar quente, e sentisse a imperatividade da missão que lhe cabia, não conseguia ainda precisar a sua natureza. Chegou a fazê-lo sorrir a ideia de que pudera julgar-se igual àqueles matulões gorduchos que agora se afastavam a toda a velocidade em direcção às montanhas! Não, ele era realmente diferente: não o movia o ar quente, mas sim a felicidade - como tão prontamente informara o decidido Citrino - e a sua missão consistia em... em... qualquer coisa que o Balão sabia esconder-se no seu coração, mas que tinha dificuldade em expressar...
Entregue a tais pensamentos, o Balão foi-se deixando levar pelo vento. Sentia-lhe a carícia suave e entregava-se-lhe confiadamente.
E assim foi voando, e descendo, notando a aproximação das estradas, dos prédios e das árvores. Sobrevoou um campo inculto e sujo, alguns caminhos poeirentos e um conjunto de construções baixas e escuras, que compreendeu serem barracas.
Pairando sempre, observou várias pessoas, de aspecto pobre, que se reuniam junto à porta de uma das casas, e notou um vulto franzino e ágil que se afastava do grupo e que erguia para o céu um olhar de espanto e de esperança.
O Balão Vermelho fixou a sua atenção naqueles olhos grandes, castanhos, profundos. E deixou-se cair. E, à medida que caía, nascia um sorriso no olhar límpido que o atraía. Era um sorriso que se espraiava pelos lábios e pelas faces da criança, iluminando-lhe todo o rosto e inundando também de um brilho especial o corpinho magro de pés descalços e o vestidinho verde, desbotado, que o cobria.
A menina, que se chamava Célia, estendeu os dois braços, festivos, no impulso de uma pequena gargalhada. E o Balão Vermelho, com ternura, pousou suavemente nas mãozinhas doces, erguidas para o receber.
Nesse exacto momento, o Balão Vermelho sentiu que chegara ao seu destino e soube qual era a sua missão!
Pouco depois, voando, saltando, deslizando por entre as crianças da rua, dançando ao som dos seus risos e falas, rodopiando sobre a poeira, como um sol magnífico, irradiava sobre todos uma imensa Felicidade.

Festival do Rio - Matadores de Vampiras Lésbicas

05/outubro/2009

Lesbian Vampire Killers
(Reino Unido, 2009) De Phil Claydon. Com Mathew Horne, James Corden, Myanna Buring, Paul McGann, Silvia Colloca.

É engraçado ver como a moda dos filmes de vampiro veio pra ficar. Não começou com a saga "Crepúsculo", como muitos pensam. A série "Anjos da Noite" chegou muito antes nesse quesito. Mas foi com Bella, Edward e companhia que os vampiros ganharam força novamente no cinema. Tanta força que chegamos ao cúmulo de ter um filme chamado "Matadores de Vampiras Lésbicas", vindo de um país que não esperamos um produto assim, a Inglaterra. Apesar do título, a aura de trash vai se confirmando a cada momento e o filme se mostra uma opção bem divertida. Na verdade, o longa é o mais engraçado do festival até agora.

No filme, dois rapazes são levados a um vilarejo no interior da Inglaterra que está dominado por uma antiga maldição. No passado, Carmilla, a Rainha Vampira dominava a região e criou um exército de vampiras lésbicas.O único capaz de derrotá-la foi o guerreiro McLaren. Mas não sem antes Carmilla lançar a maldição no local. Todas as moças se tornariam vampiras lésbicas assim que completarem dezoito anos e Carmilla retornaria quando o último descendente de McLaren fosse morto, ao receber o amor de uma virgem. É aí que entram o tapado Jimmy McLaren e o desajeitado Fletcher, que topam no meio do caminho com quatro belas garotas que serão o jantar das vampiras lésbicas. Agora, para livrar o vilarejo da maldição - e a si mesmo da morte - Mc Laren e Fletcher precisam correr contra o tempo e impedir o retorno de Carmilla, exterminando todas as vampiras lésbicas.
Sem dúvida, um dos filmes mais divertidos do ano, "Matadores de Vampiras Lésbicas" tenta colocar os europeus no mesmo patamar dos novos comediantes americanos, como Judd Apatow, Seth Rogen e Steve Carrell. E conseguem. O filme não tem a pretensão de ser um épico vampiresco, apesar de muito bem produzido (pecando um pouco por alguns efeitos), mas sim fazer rir e contar uma boa história. Assim, conhecemos um pouco mais do talento dos jovens atores Mathew Horne e James Corden. Atenção para o final, que supõe que deve ter uma continuação.
Nota: 9,0

domingo, 4 de outubro de 2009

Festival do Rio - Vogue: A Edição de Setembro

04/setembro/2009

The September Issue
(EUA, 2009) De R.J. Cutler. Com Anna Wintour.

Quando foi anunciado, "Vogue - A Edição de Setembro" foi considerado como uma resposta da famosa fashionista aos "ataques" deferidos à sua pessoa após o lançamento do livro "O Diabo Veste Prada". Pois bem, a surpresa do filme é que a resposta de Anna Wintour é justamente não negar nada disso. O que vemos na tela é a confirmação de que ser editora da revista de moda mais famosa do mundo é realmente uma tarefa árdua, que faz com que você vire uma persona não grata do dia pra noite. Através de pessoas que trabalham na Vogue, vemos que a assessora de Wintour não estava tão errada (nem tão certa) assim quando escreveu aquele livro.

O documentário conta a rotina da equipe da revista Vogue America na preparação da edição de setembro, a mais esperada do ano pelo público. A edição é iniciada meses antes do lançament e tudo é minuciosamente planejado, cada detalhe, cada foto, cada roupa, porque é isso que vai ditar o mundo da moda no próximo ano. À frente do trabalho está Anna Wintour, e podemos ver um pouco do lado humano que ela apresenta:sua família, seus amigos, sua história. Ao mesmo tempo, a cada segundo é enfatizado o lado "editora da Vogue", seja criticando um trabalho, cortando fotos lindíssimas da edição, ou falando mal (ferrenhamente) do cabelo da atriz Sienna Miller, capa de setembro.

Semelhanças com "O Diabo Veste Prada", o filme, não faltam. Na verdade, é basicamente uma versão real do filme de ficção. Temos a inspração pura e real de Miranda Priestly, só que com um pouco menos de glamour e mais trabalho de arregaçar as mangas. Mas todos os elementos estõ lá, das reuniões de pauta às reuniões de mostra das roupas nas araras antecipadas para 10 minutos antes de Wintour sair, passando pelo funcionário exemplar e bajulador que sempre é escurraçado, apesar de no final ter seu trabalho reconhecido.
Como filme, não apresenta muitas novidades, o bom mesmo dele está no seu conteúdo. O diretor segue Anna Wintour e a equipe da Vogue em cada parte do processo e isso é bom para ver o funcionamento da revista. Para quem gosta de moda, temos roupas e mais roupas para serm vistas; Mário Testino aparece para dar o toque de fotografia ( e até ele é criticado); E ainda há a parte jornalística da coia. Uma boa opção para todas as partes, "Vogue..." não deixa a desejar. Satisfaz, E todos voltamos a falar mal de Anna Wintour no segundo seguinte ao fim da projeção.

Nota: 8,0

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Festival do Rio - Abraços Partidos

02/setembro/2009
Los Abrazos Rotos
(Espanha, 2009) De Pedro Almodóvar. Com Penélope Cruz, Lluís Homar, Blanca Portillo, José Luiz Gómez, Tamar Novas, Rubén Ochandiano.

Um Alódóvar é sempre um Almodóvar. Não importa quão bom ou ruim o filme seja, seu trabalho sempre é reconhecido. É bom sempre ter isso na cabeça, porque "Abraços Partidos" não é o melhor trabalho do diretor, o que não quer dizer que ele seja ruim. Cheio de expectativas (assim como foi ano passado com "Vicky Cristina Barcelona", de Woody Allen), o filme chega ao Festival do Rio co lotação esgotada, pessoas amontoadas noc hão do cinema para assistir e uma dúvida: qual é o melhor filme de Almodóvar até agora? "Abraços Partidos" abre essa questão, pois se achava que o diretor podia se superar um pouco mais nesse filme, o que não acontece. É um Almodóvar tão bom quanto todos os outros, mas não melhor que eles.

O filme narra a história de Harry, um velho cineasta que ficou cego após um acidente. Ele recebe a proposta de poder trabalhar novamente em um roteiro em parceria com "Ray-X", um produtor iniciante. Na verdade, "Ray-X" é filho de um antigo inimigo de Henry. Quando Diego, filho de Judit, produtora e amiga de Harry, fica na casa deste por alguns dias, um segredo do passado vem á tona. Porque Judit odeia tanto Ray-X? E qual a ligação de Harry na história? O que vai se sabendo aos poucos é o envolvimento de Harry com a atriz Magdalena, mulher do tal antigo inimigo, Ernesto Martel. Ernesto é um rico empresário que se apaixona por Lena quando esta ainda era sua secretária. Os dois se casam e logo se manifesta o desejo de Lena de ser atriz de cinema. Ernesto aceita, e até patrocina o filme. Mas é lá que Lena conhece Harry, ainda conhecido com o nome de Mateo Blanco. Os dois iniciam uma história de amor proibida, que vai ter impacto severo nos seus caminhos.


Um roteiro que só Almodóvar é capaz de escrever, sem falar na metalinguagem. Todos os elementos que o diretor gosta estão lá: as cores vivas da Espanha, mulheres fortes e batalhadoras, gays, histórias dignas de novela. Nesse filme ele escreve tudo com um tom tão intimista que prende o espectador a cada segundo com a história de amor de Lena e Harry. Só perde um pouco o brilho por deixar a ousadia de lado e optar pelo óbvio, que funciona mesmo assim. Ou será que pensamos assim por que é Almodóvar?


Penélope Cruz, musa do diretor, brilha mais uma vez no papel, que, ao contrário do que pensamos, é mais secundário do que principal. Quem se destaca mesmo na atuação é o ator Lluís Homar, intérprete de Harry Caine, já visto em filmes como "Valentim" e "Má Educação". Para responder a pergunta que fiz no começo, para mim o melhor filme de Almodóvar é "Tudo Sobre Minha Mãe", embora ame de paixão "Volver", "Má Educação" e "Fale Com Ela". Mesmo assim, seria impossível escolher o melhor do diretor. Ele e seu estilo são únicos.
Nota: 9,0

Festival do Rio - Bellini e o Demônio

2/0utubro/2009


Bellini e o Demônio
(Brasil, 2009) De Marcelo Galvão. Com Fábio Assunção, Rosane Mulhohand, Luiza Curvo, Nil Marcondes, Carolina Abras, Marília Gabriela.

Eu não assiti a "Bellini e a Esfinge", confesso. Então não sei até que ponto a minha ineligência está apta para entender a sequência, baseada no segundo livro da série escrita por Toni Belloto, dos Titãs. Mas vamos pensar como se um não dependesse do outro para ser entendido, funcionando como filmes independentes mesmo. Ainda assim, não consgigo entender qual o ponto principal de "Bellini e o Demônio". Qual a face que o filme quer mostrar? Decadência? Perseverança? Apenas mais um filme policial para (tentar) mostrar a resolução de um crime?
No filme, o detetive Bellini se vê na ruína e cheio de contas para pagar. Ao mesmo tempo, a jornalista Gala investiga um crime chocante em uma escola: uma jovem foi encontrada morta, por conta de um ritual satânico. A partir daí, todas as pessoas envolvidas no ritual também passam a morrer. É quando Bellini se vê envolvido na missão de tentar solucionar o mistério e recuperar o livro usado para envocar o demônio no ritual. Nesse ponto, os caminhos de Bellini e de Gala se cruzam. Mas o mais misterioso é quem contratou Bellini para o caso. Ele por sua vez se afunda cada vez mais em drogas e alucinações.
Fora o fato de que eu não entendi uma vírgula quando o filme acabou, é necessário que se ressaltem algumas coisas. Primeiro: a excelente montagem do filme e a excelente trilha sonora. As duas combinadas formam a atmosfera perfeita para o tom sombrio e underground do filme. Segundo: as atuações. Fábio Assunção prova que pode ser um ator talentoso mesmo enfrentando uma luta contra a dependência química (diga-se de passagem, interpretar Bellini não deve ter ajudado). O filme parece mesmo ser uma obra de arte.

Parece. E só. Na verdade, mesmo uma obra de arte do estilo surrealista precisa de alguns elementos para ser compreendida, mesmo que cada pessoa ache um significado diferente. "Bellini e o Demônio" (e aí acuso o livro também) não leva a lugar nenhum, não esclarece nada e só cria mais dúvidas na cabeça do espectador. Se o objetivo era esse, tiro meu chapéu. Se não, bom continuo tentando encontrar um significado para o que aconteceu, sobretudo no escachapante final. "Bellini e a Esfinge" venceu no festival quando foi lançado, em. Será que sua sequência consegue o mesmo? Com "Viajo porque preciso, Volto porque te amo" e "Hotel Atlântico" por aí, duvido.

Nota: 6,0