terça-feira, 29 de setembro de 2009

Festival do Rio - Distrito 9

29/setembro/2009

District 9
(EUA, 2009) De Neil Blomkamp. Com Sharlto Copley e Vanessa Haywood

O Festival do Rio também proporciona assistir as sessões de filmes que vão estrear no circuito, como é o cado de "Distrito 9", mas, convenhamos, assistir antes de todo mundo é sempre melhor!

Quando a Microsoft decidiu colocar um freio na produção do filme "Halo" - adaptação do famoso jogo de videogame - toda a equipe ficou desnorteada. "Halo" acabou sendo cancelada temporariamente, mas a equipe não ficou desamparada. É porque a equipe do filme contava com um produtor de peso. E põe peso nisso! Com muitos Oscars na bagagem (por "O Senhor dos Anéis" e por "King Kong", façamos justiça), Peter Jackson se reuniu com seu colaborador Neil Blomkamp e, junto com a roteirista Teri Tatchell e com a produtora Phillipa Boyens, criaram uma história de ficção científica que tem aspectos críveis. Nada de sabres de luz, guerras no espaço e alienígenas malvados e impiedosos. Eles criaram um universo baseado nas próprias sensações e emoções humanas quanto ao alheio, ao estrangeiro, ao diferente. Independente se esse diferente for alienígena ou não. Tudo isso deu origem a "Distrito 9".

Em um futuro não muito distante, alienígenas desembarcam na Terra, mais precisamente sobre a cidade de Johanesburgo, na África do Sul. A nave que os trouxe quebrou e eles precisaram se virar no nosso planeta para achar alimentação e moradia, enquanto tentam voltar. O problema é que eles começaram a se habituar a viver entre os humanos, o que causou desconforto na população. Para isso, uma organização chamada MNU criou o Distrito 9, uma espécie de abrigo para os Aliens. Nesse mundo à parte da lei dos homens, começam a se desenvolver todo tipo de crime, surgem as favelas e os aliens passam a viver cada vez mais como humanos. Para que eles sejam exterminados de uma vez por todas, Wikus Von der Merve é nomeado como novo chefe do Departamento de Remoção da MNU. Ele tem a ideia de acabar com o Distrito 9 e levar os Aliens (que são chamados pejorativamente pelos humanos de "camarões") para um outro tipo de campo de concentração. Só que na primeir ainvestida, Wikus é contaminado por um tipo de substância que, aos poucos, o transforma em um alienígena. Ele é llevado para exames e acaba como cobaia nas mãos dos militares. Fugindo de lá, e com todos contra ele, Wikus só encontra u lugar onde poderá achar abrigo: o Distrito 9.



A ideia de "Distrito 9" surgiu a partir de um curta do diretor Neil Blomkamp. Com um orçamento relativamente baixo para o padrão Peter Jackson de qualidade, o longa ganhou uma campanha publicitária online e boca-a-boca gigantesca. O bom do filme é que a história é mesmo crível. Os extraterrestres, apesar da aparência, passam mesmo a se habituar aos humanos. Além disso, ele todo é contado como se fosse uma espécie de documentário jornalístico sobre a história de vida de Wikus. É através dos olhos da família, de amigos e do prórprio Wikus que ficamos sabendo tudo o que aconteceu para o estado chegar onde chegou. Mais pra frente, é a transformação do próprio Wikus, de chefe sem autoridade e sumisso a um homem corajoso e cheio de sentimentos nobres.

Já os visuais dos "camarões" são mesmo tão precisos que não se pode dizer se foram mesmo feitos com computação gráfica. O que ajuda nesse sentido é a fotografia do filme, feita por Trent Opaloch. Sem falar na sátira política à forma como os governos mundiais tratam os seus problemas, sobretudo na África. Peter Jackson pode não ter estado diretamente na cadeira da direção, mas Neil Blomkamp teve um mestre e tanto por trás de sua obra.

Lembrando também que "Distrito 9" estreia oficialmente nos cinemas brasileiros no dia 23 de outubro.

Nota: 9,0

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