domingo, 29 de março de 2009
Crescendo com a Disney
Quantas crianças no planeta cresceram com personagens Disney embalando a sua infância? Me lembro da primeira vez que vi um desenho no cinema, e foi "O Rei Leão", clássico até hoje. Me lembro também dos milhões de adesivos e brinquedos que foram lançados aproveitando a fama de Simba e cia. e fazendo a alegria da criançada. E assim, quantos filmes vieram antes e quantos vieram depois, "A Dama e o Vagabundo", "Mogli", "Hércules", "Tarzan", "Mulan",. Todos com certeza tem uma história Disney pra contar.
As meninas são as mais privilegiadas, talvez por serem mais sonhadoras e românticas que os meninos. Walt Disney com certeza sabia que estava quebrando paradigmas quando fez "Branca de Neve e os Sete Anões", o primeiro longa-metragem de animação. O que ele não sabia é que o mito da princesa dos contos de fadas iria ser tão forte dali pra frente, criando um clã de princesas e príncipes que marcariam meninas do mundo todo. "Cinderela", "A Bela Adormecida"," A Bela e a Fera" e mais uma infinidade de princesas, de castelos a cabanas, do Oriente ao fundo do mar, do Novo Mundo ao Japão. Todas as meninas querem ser princesas.
Brinquedos, cadernos, adesivos, produtos que não acabam mais. A Disneylândia virou o desejo absoluto de muitas crianças - e adultos também. Um canal de televisão que passa desenhos o dia inteiro e o Mickey Mouse como símbolo da fantasia. A Disney teve que se preocupar, ao longo do tempo, em agradar uma geração que cresceu atrelada a um aparelho curioso que atrai a atenção da molecada: a televisão. Entra em ação o Disney Channel, que teve de se adaptar e acompanhar a modernidade do mundo e a era da informática. Uma geração que cresce vendo Hannah Montana e agora assiste aos filmes feitos especialmente pra eles, com muita música, dança e rock'n roll. Casos dos musicais "Jump in" e "The Cheetah Girls", o recente "Camp Rock" e o sucesso absoluto "High School Musical".
Competir com a informática e os videogames não é facil. E ainda lidar com a desigualdade social existente no mundo inteiro, com crianças que nem sabem o que é o cinema tembém é tarefa dificil. Além da concorrência entre estúdios, que estão vendo o filão que a animação pode ser. Há quem diga que os desenhos estão ficando mais adultos. Mas assistir a um desenho com uma criança do lado faz você se sentir criança de novo. Na verdade mesmo, se for perguntar muito marmanjo ainda conhece de cor as canções do "Rei Leão" e muitas meninas cantam o tema de "A Bela e a Fera" e "A Pequena Sereia", assim como a geração de agora que canta "High School Musical". Os tempos mudaram, a magia Disney ainda não.
sábado, 28 de março de 2009
CINEMARCOS em prol do planeta
Hoje vamos deixar o cinema ligeiramente - eu disse, ligeiramente - de lado pra prestar atenção nas mudanças climáticas que acontecem ao nosso redor. Hoje é dia de cada um fazer a sua parte pela Terra participando da Hora do Planeta, um evento mundial onde vários países vão apagar as suas luzes por 1 hora.
Tendo pela primeira vez a adesão da ong WWF Brasil, o evento é muito mais do que um esforço efetivo para economia de energia elétrica que provem dos recursos naturais do planeta. O ano de 2009 vai ser crucial pois os países precisam assinar um acordo internacional com medidas para combater o aquecimento global.
E como você vai poder fazer sua parte? Simples. Apague as luzes da sua sala neste sábado, das 20:30 até às 21:30. Somente as luzes! Em 2008, o evento contou com a adesão de 26 cidades. Em Sidney, na Austrália, a redução esperada do consumo de energia era de 5%, mas o resultado foi o dobro do esperado: 10,2%!
Saiba mais em www.horadoplaneta.org.br
Veja o video e divulgue para quem você puder.
Faça a sua parte!
sexta-feira, 27 de março de 2009
1° Cinemarcos - OS MELHORES DE 2008
Depois de muito esperar, pensar, rever, revisitar e aguardar tudo quanto foi premiação dos melhores filmes de 2008, o CINEMARCOS divulga agora a lista com aqueles que, na minha humilde opinião, fizeram bonito no ano que passou e merecem destaque absoluto. E aqui, como é um espaço democrático e não uma filial da Academia, tem espaço pra todo mundo. Super-Heróis, filmes de terror, de vampiros, comédias, tem pra todos os gostos. Então, vamos aos indicados:
Batman - O Cavaleiro das Trevas
Onde os Fracos Não Tem Vez
Vicky Cristina Barcelona
Sangue Negro
Wall-e
Melhor Ator
Daniel Dae-Lewis - Sangue Negro
John Malkovich - Queime Depois de Ler
Johnny Depp - Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet
Viggo Mortensen - Senhores do Crime
Will Smith - Sete Vidas
Melhor Atriz
Ellen Page - Juno
Meryl Streep - Mamma Mia!
Francis Mc Dormand - Queime Depois de Ler
Manuela Velasco - [REC]
Laura Linney - A Família Savage
Melhor Ator Coadjuvante
Heath Ledger - O Cavaleiro das Trevas
Javier Bardem - Onde os Fracos Não Tem Vez
Paul Dano - Sangue Negro
Aaron Eckhart - O Cavaleiro das Trevas
Robert Downey Jr - Trovão Tropical
Melhor Atriz Coadjuvante
Penelope Cruz - Vicky Cristina Barcelona
Alice Braga - Ensaio Sobre a Cegueira
Maggie Gylenhaal - O Cavaleiro das Trevas
Natalie Portman - Um Beijo Roubado
Cate Blanchett - Não Estou Lá
Melhor Direção
Joel e Etan Coen - Onde os Fracos Não Tem Vez
Paul Thomas Anderson - Sangue Negro
Julian Schnabel - O Escafandro e a Borboleta
Jason Reitman - Juno
Christopher Nolan - Batman - O Cavaleiro das Trevas
Melhor Comédia/Musical
Segurando as Pontas
Mamma Mia!
Queime Depois de Ler
Vicky Cristina Barcelona
Trovão Tropical
Melhor Filme de Ação
Batman - O Cavaleiro das Trevas
Homem de Ferro
007 - Quantum of Solace
Controle Absoluto
O Procurado
Melhor Filme de Terror/Suspense
[REC]
Os Estranhos
Violência Gratuita
o Orfanato
Espelhos do Medo
Melhor Drama
Sangue Negro
Onde os Fracos Não Tem Vez
Desejo e Reparação
Sete Vidas
O Menino do Pijama Listrado
Melhor Romance
Crepúsculo
Um Beijo Roubado
Noites de Tormenta
Melhor Canção
"Mamma Mia" - Mamma Mia!
"Anyone Else But You" - Juno
"Down To Earth" - Wall-e
"Decode" - Crepúsculo
"Barcelona" - Vicky Cristina Barcelona
Melhor Filme de Animação
Wall-e
Kung Fu Panda
Persépolis
Madagascar 2 - A Grande Escapada
Horton e o Mundo dos Quem
Melhor Filme Ficção Científica /HQ
Batman - O Cavaleiro das Trevas
Homem de Ferro
Hellboy II - O Exercito Dourado
Viagem ao Centro da Terra
Cloverfield - Monstro
Melhor Filme Estrangeiro não-americano
4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias - Romênia
O Escafandro e a Borboleta - França
O Orfanato - México
[REC] - Espanha
Apenas Uma Vez - Irlanda
Melhor Cena de Efeitos Especiais
Corrida de Casa Cristo - Speed Racer
Destruição de Nova York - Cloverfield: Monstro
Explosão da Bomba Atômica - Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal
Primeiro Vôo do Homem de Ferro - Homem de Ferro
Batalha Final - As Crônicas de Nárnia: Príncipe Caspian
Melhor Filme Nacional
Feliz Natal
Estômago
Linha de Passe
Nome Próprio
Meu Nome Não É Johnny
Melhor Ator Nacional
Selton Mello - Meu Nome Não é Johnny
Wagner Moura - Romance
Leonardo Medeiros - Feliz Natal
Rodrigo Santoro - Os Desafinados
João Miguel - Estômago
Melhor Atriz Nacional
Sandra Corveloni - Linha de Passe
Rosane Mulholhand - Falsa Loura
Leandra Leal - Nome Próprio
Darlene Glória - Feliz Natal
Fabiula Nascimento - Estômago
quinta-feira, 26 de março de 2009
Quero ser Judd Apatow
Judd Apatow está acostumado com comédia desde sempre. Sua mãe trabalhava em um clube de comédia, onde ele praticamente cresceu e aprendeu a admirar a nobre arte de fazer rir. Já trabalha desde muito tempo no ramo, no início dos anos 90, escrevendo para shows de TV e dando gancho para outros nomes da comédia que começavam a sua ascenção, como Jim Carrey e Ben Stiller. Depois, produziu entre um ou outro programa para a TV, filmes como "O Pentelho" de 1996. E assim foi indo até que produziu o filme "O Âncora" de 2005, contando os bastidores do telejornalismo americano sob a visão de Will Ferrell.
Mas foi com "O Virgem de 40 Anos" que sua vida cinematográfica mudou. Escrevendo, dirigindo e produzindo, Judd Apatow criou uma das mais bem sucedidas comédias dos últimos tempos, surpreendendo quem já achava o gênero saturado. O filme só custou US$ 25 milhões e além de alavancar a carreira de Steve Carrell, até então ilustre coadjuvante dos demais filmes, marcou a do próprio Apatow, que desde então esteve por trás de outros sucessos da comédia. "O Virgem..." foi a comédia mais vista no verão americano de 2005 e um dos filmes mais comentados para todo o sempre.
O resto é história. Escreveu e dirigiu a melhor comédia do ano passado, "Ligeiramente Grávidos" e esteve presente em "Superbad", "As Aventuras de Dick e Jane", "Rick Bobby - A Toda Velocidade" e o recente "Zohan - o Agente Bom de Corte", além de alguns outros títulos bem-sucedidos. O último filme produzido por ele, "Segurando as Pontas", deu o que falar na imprensa americana, E ainda está inédito no Brasil "Ressaca de Amor" e pudemos assistir a "Quase Irmãos", com Will Ferrell e John C. Reily. Ainda vamos conferir esse ano, o filme "Ano Um", com Jack Black e Michael Cera. Apatow ainda está com dois filmes em produção: "Funny People", com Adam Sandler e "Get Him to the Greek", com Jonah Hill e várias cantoras como Pink, Christina Aguilera e Katy Perry.
Recentemente, Judd Apatow ganhou o prêmio de Personalidade do Ano na Comédia, durante o festival Just For Laughs, em Montreal. Nada mais justo pra quem mudou o jeito americano de se fazer rir. Em meio a comédias besteirol e paródias desencabidas, é bom ver um humor inteligente e que faça alguma diferença. Judd Apatow está aí pra isso e conquista cada vez mais astros. E assim vai conquistando cada vez mais público.
Novo filme de Jim Carrey pode ir direto para DVD nos EUA
Por Marcos Nascimento para o "Cinema com rapadura"
O novo longa de Jim Carrey ("Todo Poderoso"), "I Love You, Philip Morris", está enfrentando problemas para encontrar uma distribuidora nos Estados Unidos e, com isso, pode acabar indo direto para as prateleiras das lojas. A razão seria as cenas de sexo homossexual que aparecem no filme.
Carrey é Steven Russell, um policial corrupto do texas que larga mulher e filhos após descobrir que é gay. Por causa de seus delitos, é mandado para a cadeia onde conhece Philip Morris, personagem de Ewan McGregor ("A Ilha"), por quem acaba se apaixonando.
Segundo especialistas, as distribuidoras estão com medo da reação popular às cenas de sexo gay que aparecem no filme. Também estão temendo a reação dos fãs de Carrey, que estão acostumados a ver o astro em papéis cômicos e não gostariam de vê-lo no papel de um gay assumido. o filme independente custou US$ 13 milhões.
A primeira exibição do filme aconteceu no último festival de Sundance, causando muito burburinho entre os espectadores. Em entrevista ao Times Online, Lewis Tice, diretor de publicidade e marketing da TLA Releasing, especializada em filmes gay, falou sobre o longa. "A representação da atividade sexual no filme foi mais longe do que em qualquer outro filme comercial que eu tenha visto. Tem uma cena de sexo nos dez primeiros minutos, e fiquei surpreso com isso", declarou.
Tice ainda disse que "filmes com temática gay ainda são vistos como cinema underground e quando chegam ao topo de Hollywood, eles querem a maior audiência possível para resgatar o dinheiro que investiram".
No Brasil, o filme não encontrou dificuldades para ser distribuído nas salas de cinema, já que conta com a popularidade do ator Rodrigo Santoro ("300"), que está no filme e interpreta o primeiro namorado de Russell. Inclusive o Brasil é o único país até agora onde o filme deverá ser distribuído fora dos circuitos de festivais, com data de estreia marcada para 5 de junho.
saiba mais em www.cinemacomrapadura.com.br
sábado, 21 de março de 2009
Alma Perdida
De David S. Goyer. Com Odette Yustman, Meagan Good, Jane Alexander, Cam Gigandet e Gary Oldman.
Falta algo a "Alma Perdida". Não sei qual a aura que ele pretende passar, se é só mais um terror sobrenatural ou quer ser levado a sério. Não que o filme seja ruim ou não aplique sustos aos mais desavisados. O ruim é que só funciona aos desavisados! Os que estão mesmos atentos a cada detalhe do filme (os cinéfilos) não são pegos de surpresa e talvez esse elemento que seja o "diferencial" que falta a muitos filmes de terror e suspense do século XXI, que esteja faltando a esse filme.
Casey é uma jovem que leva uma vida normal estudando e trabalhando de babá que começa a ter perturbadoras visões. Quando as visões começam a tomar forma de alguma coisa muito mais real, ela decide procurar ajuda. Algo começa a afetar o seu corpo e, numa consulta médica, descobre que é uma doença congênita, mais comum em gêmeos. É quando descobre que ela teve um irmão gêmeo, que morreu no útero da sua mãe, e por isso, a mãe se matou após enlouquecer. Após isso, Casey vai atrás de pessoas ligadas à sua mãe e descobre coisas do seu passado ligadas à experiências feitas no nazismo que fez com que lendas antigas viessem à tona e começassem a correr atrás de sua família, afetando Casey por causa do gêmeo morto.
O diretor David S. Goyer (o mesmo roteirista de "Batman - O Cavaleiro das Trevas") conseguiu imprimir uma aura sombria ao tom do filme, o que confere mais credibilidade à história que está sendo contada. O elenco cumpre o seu papel, seja quando precisa correr assustado ou enfrentar as forças malignas através de uma sessão de exorcismo. Cenas essas que lembram outo filme de suspense sobrenatural, "O Exorcismo de Emily Rose", que é mais ou menos parecido com esse: uma boa história a ser contada, mas sem qualquer susto maior.
Com uma história que lembra também o tailandês "Faet" (que ganhou o nome horroroso de "Espíritos 2 - Você Nunca Está Sozinho" no Brasil, só por ser do mesmo país que o "Espíritos" original), a trama que poderia passar por original precisa de um pulso mais forte. Os sustos são pouco inspirados e as figuras contorcidas sozinhas ( e grotescas) não fazem o sucesso do filme sozinho. Um bom programa, um bom filme, mas que podia ser melhor.
Ah, incrível como virou clichê de filmezinho de suspense uma criança feinha e esquisita.
Nota: 6,0
terça-feira, 17 de março de 2009
Quem vigia os Watchmen?
De Zach Snyder. Com Jeffrey Dean Morgan, Jackie Earle Haley, Patrick Wilson, Malin Akerman, Carla Gugino, Matthew Goode, Billy Crudup
Foi preciso duas sessões de Watchmen pra se chegar a uma conclusão final. Assistir a esse filme apenas uma única vez não seria fazer justiça ao trabalho que levou 20 anos para se concretizar e, qualquer decisão precipitada seria jogar fora a coragem e altruísmo, além de esforço, de Zack Snyder de "filmar o infilmável", termo ferozmente utilizado na mídia especializada para definir a obra icônica de Alan Moore, a bíblia dos quadrinhos.
Watchmen, baseado na graphic novel homônima de Moore e David Gibbons, traz um mundo real habitado por vigilantes mascarados que atuam contra o crime. Numa sociedade moderna, como se viraria o mundo se os heróis interferissem em decisões políticas e jogadas de guerra, tendo que obrigatoriamente escolher um lado, se aliar a um partindo político e esquecer aquela baboseira de bem acima de tudo? Todo um panorama é apresentado ao espectador, assim que a morte de um dos vigilantes, o Comediante, abala o submundo dos heróis, que foram proibidos de atuar. É tendo que lutar contra um assassino de heróis, uma guerra nunclear iminente, um passado de histórias trágicas e desumanas (ou humanas?) e o eterno dilema da dupla identidade que esses heróis começam a mostrar seus lados, quando lembrar como era a relação entre si, a política mundial e o Comediante, ícone do governo Nixon, fictício.
Vamos lá, começando. É bom esclarecer que Watchmen é um filme, e não uma HQ. Para tal, é óbvio que, por mais que tente, não vai ser 100% fiel. Mas é exatamente o que Zack Snyder tenta fazer. O diretor imprime um olhar tão fiel à obra, tão detalhista, que esquece de que quem vai ter o contato com o filme nem sempre tem idéia do universo místico em que a HQ faz parte. Por isso, um pouco mais de explicação e um pouco menos de aparato técnico seria bom. É onde o filme peca. Watchmen esqueceu que era um filme.
Esquecendo isso, e esquecendo as 2 horas e 43 minutos do filme também - o que cansa, infelizmente - Watchmen é brilhante. Consegue lidar com todos os aspectos que propõe transpondo, literalmente, a aura dos quadrinhos para as telas. Com certeza agradou muito mais os fãs do que os espectadores comuns, ainda mais com as cenas de violência e sexo que apresenta. As interpretações estão boas, sobretudo a de Jackie Earle Haley, que, como Rorschach, atrai toda a atenção do longa, mesmo por trás do capuz que usa como máscara.
Fotografia, Trilha Sonora, Efeitos Visuais. Tudo sincronizado pra provar que é possivel filmar o infilmável, mas não sem falhas. Watchmen pode não ser o filme definitivo, e não é mesmo a melhor adaptação de HQ (Batman ainda bate essa) mas é o resultado de um trabalho árduo de diretor, produtor e elenco. Não li a HQ, o que pode ter contribuido para certa ignorância e ainda é cedo para dizer se é o filme do ano. Mas não é o tipo de filme que atrai todo tipo de público, não traz uma moral final tão abrangente como 300, por exemplo. Um show como HQ filmada, um pouco de exagero como filme...
Nota: 8,0
sexta-feira, 13 de março de 2009
O Visitante
O longa conta a história de um professor de Connecticut, Walter Vale, que tem de ir a Nova York para uma conferencia e acaba descobrindo que tem um casal vivendo no seu apartamento de lá. Tarek e Zainab são imigrantes ilegais que tocam suas vidas normalmente na Big Apple. Aos poucos o professor vai se envolvendo com essas pessoas e com o tambor sírio, instrumento que Tarek toca. Até que a prisão injusta de Tarek mexe com a estrutura de Zainab e de Walter e ele vai começar a entender como funciona o sistema de controle de imigrantes dos Estados Unidos.
O filme ganhou o prêmio máximo no Festival de Deauville esse ano e tem uma narrativa comovente e simples. Mais pra frente da história, Walter se envolve com a mãe de Tarek e redescobre sua vida nas emoções que encontra pelo caminho. Um ótimo filme que não encontra muito espaço nas salas de cinema, a oportunidade de ser assistido é agora no Festival do Rio. O filme é delicado ao tocar no caso de imigrantes ilegais,sobretudo árabes muçulmanos, como é o caso de Tarek. Mostra que a terra do Tio Sam anda preocupada demais depois do 11 de setembro.
Nota: 8,5
Semana Agitada em Estreias
" Entre os muros da escola" (Entre les murs), de Laurent Cantet, é um drama francês com François Bégaudeau, Nassim Amrabt e Laura Baquela. Baseado em livro homônimo de François Bégaudeau, o filme foi o vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes, além de indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro. O longa relata a experiência de Bégaudeau com jovens e crianças dos subúrbios parisienses em uma escola da periferia, lugar de mistura étnica e social, que representa um microcosmo da França contemporânea.
" O visitante" (The visitor), de Thomas McCarthy, é um drama com Richard Jenkins, que concorreu ao Oscar de melhor ator. Professor viaja para uma conferência e, quando retorna, encontra casal de imigrantes ilegais morando em sua casa. A relação entre eles trará mudanças significativas para as vidas de todos.
" Jogo entre ladrões" (Thick as thieves), de Mimi Leder, é um suspense com Morgan Freeman, Antonio Banderas e Radha Mitchell. Um ladrão veterano, assolado por dívidas com a máfia russa, recruta um jovem criminoso para ajudá-lo em um trabalho que poderá ser a solução para seus problemas.
" Bela noite para voar ", de Zelito Viana, narra 24 horas na vida de Juscelino Kubitscheck, em um período no qual ele teve um romance secreto e que oficiais da Aeronáutica tentaram derrubá-lo. Com José de Abreu, Mariana Ximenes e Marcos Palmeira.
" Palavra (en)cantada ", de Helena Solberg, é um documentário sobre a relação entre música popular, poesia e literatura, relacionando-os com a formação cultural brasileira, através de depoimentos e performances musicais.
" Sex drive - Rumo ao sexo " (Sex drive), de Sean Anders, é uma comédia road movie tipicamente americana, que trata de temas como virgindade e carros. Um adolescente virgem conhece uma garota pela internet. Animado, ele convence seus amigos e, juntos, partem para uma viagem de Chicago a Knoxville, onde ele pretende perder a virgindade com sua nova paixão.
" Tô de férias" (Urmel aus dem Eis/Impy's Island), de Reinhard Kloos e Holger Tappe, é uma animação alemã sobre um bebê de dinossauro. Ao ser retirado de uma ilha no meio do oceano por um caçador, ele terá sua vida completamente mudada.
* Do RioShow do Jornal O Globo.
Vistos em 2008
* Marley e Eu
* Crepúsculo
* Max Payne
* REC (2)
* Eu, Meu Irmão e Nossa Namorada
* Queime Depois de Ler (FR08) (2)
* Todos Mundo tem Problemas Sexuais (FR08)
* Guerra sem Cortes (FR08)
* Todos os Meus Fracassos Sexuais (FR08)
* O Casamento de Rachel (FR08)
* Rebobine, Por Favor (FR08)
* Downloading Nancy (FR08)
* Vicky Cristina Barcelona (FR08)
* Feliz Natal (FR08)
* Rock'n Rolla - A Grande Roubada (FR08)
* Sob Controle (FR08)
* A Duquesa (FR08)
* O Poderoso Chefão (FR08)
* Meu Marlon, Meu Brando (FR08)
* CSNY: Dèja Vu (FR08)
* The Visitor (FR08)
* Mamma Mia! (3)
* Violência Gratuita
* Ensaio Sobre a Cegueira
* O Procurado
* Encarnação do Demônio
* A Múmia: Tumba do Imperador Dragão
* Wall-e
* Viagem ao Centro da Terra 3D
* Batman - O Cavaleiro das Trevas (2)
* Agente 86
* Hancock
* Fim dos Tempos
* A Outra
* O Incrível Hulk
* Antes que o diabo Saiba que Você Está Morto
* Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal
* Speed Racer
* Homem de Ferro
* Estômago
* Super-Herói - O Filme (2)
* Um Beijo Roubado
* Persépolis
* Senhores do Crime
* Sangue Negro
* Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet
* Vestida pra Casar
* Cloverfield
* Juno
* Onde os Fracos Não tem Vez
* O Caçador de Pipas
* Eu sou a Lenda (2)
* A Lenda de Beowulf
quinta-feira, 12 de março de 2009
Indicados ao Prêmio Vivo de Cinema Brasileiro
Melhor Longa-Metragem De Ficção
"O Banheiro do Papa"
Ensaio Sobre a Cegueira
Estômago
Linha De Passe
Meu Nome Não É Johnny
Café Dos Maestros
Condor
Juízo
O Mistério Do Samba
Panair Do Brasil
O Tempo E O Lugar - De Eduardo Escorel. Produção: Eduardo Escorel por Cinefilmes
Melhor Longa-Metragem InfantilO Garoto Cósmico
O Guerreiro Didi e A Ninja Lili
Pequenas Histórias
Melhor Longa-Metragem De Animação - Menção HonrosaO Garoto Cósmico
Melhor DireçãoLinha De Passe - Daniela Thomas e Walter Salles
Ensaio Sobre A Cegueira - Fernando Meirelles
Chega De Saudade - Lais Bodanzky
Estômago - Marcos Jorge
Meu Nome Não É Johnny - Mauro Lima
Melhor AtrizChega De Saudade - Cássia Kiss Como Marici
Os Desafinados - Cláudia Abreu Como Glória
Feliz Natal - Darlene Glória Como Mércia
Nome Próprio - Leandra Leal Como Camila
Linha De Passe - Sandra Corveloni Como Cleuza
Melhor AtorA Guerra Dos Rocha - Ary Fontoura Como Dona Dina
O Banheiro Do Papa - César Trancoso Como Beto
Estômago - João Miguel Como Raimundo Nonato / Alecrim
Meu Nome Não É Johnny - Selton Mello Como João Guilherme Estrella
Chega De Saudade - Stepan Nercessian Como Eudes
Romance - Wagner Moura Como Pedro
Melhor Atriz Coadjuvante
Ensaio Sobre A Cegueira - Alice Braga Como Mulher De Óculos Escuros
Romance - Andréa Beltrão Como Fernanda
Chega De Saudade - Clarisse Abujamra
Meu Nome Não É Johnny - Julia Lemmertz Como Mãe
Deserto Feliz - Zezé Motta Como Dona De Vaga
Melhor Ator CoadjuvanteMeu Nome Não É Johnny - Angelo Paes Leme Como Julinho
Estômago - Babu Santana Como Bujiú
Ensaio Sobre A Cegueira - Gael García Bernal Como Rei Da Ala Iii
Feliz Natal - Lúcio Mauro Como Miguel
Estômago - Paulo Miklos Como Etcétera
Melhor Direção De FotografiaO Banheiro Do Papa - César Charlone
Ensaio Sobre A Cegueira - César Charlone
Linha De Passe - Mauro Pinheiro Jr.
Estômago - Toca Seabra
Meu Nome Não É Johnny - Uli Burtin
Chega De Saudade - Walter Carvalho
Melhor Direção De ArteEncarnação Do Demônio - Cássio Amarante
Meu Nome Não É Johnny - Cláudio Amaral Peixoto
Última Parada 174 - Cláudio Amaral Peixoto
Estômago - Jussara Perussolo
Chega De Saudade - Marcos Pedroso
Ensaio Sobre A Cegueira - Tulé Peake
Melhor FigurinoChega De Saudade - André Simonetti
Última Parada 174 - Bia Salgado
Romance - Cao Albuquerque
Estômago - Marisol Grossi
Meu Nome Não É Johnny - Reka Koves
Ensaio Sobre A Cegueira - Renée April
Melhor MaquiagemRomance - Anna Van Steen
Linha De Passe - Gabi Moraes
Meu Nome Não É Johnny - Helena D`Araújo E Marilú Mattos
Estômago - Marcelino De Miranda
Ensaio Sobre A Cegueira - Micheline Trépanier
Melhor Efeitos VisuaisEnsaio Sobre A Cegueira - André Waller, Renato Tilhe, Ricardo Gorodetcki E Tamis Lustre
Encarnação Do Demônio - Kapel Furman
Meu Nome Não É Johnny - Marcelo Mm
Última Parada 174 - Marcelo Siqueira
Estômago - Renato Cavalcanti E Tatiana Machnicki
Melhor Trilha SonoraChega De Saudade - Bid
Café Dos Maestros - Gustavo Santaolalla
O Mistério Do Samba - Marisa Monte
Orquestra Dos Meninos - Paulo Sérgio Santos
Os Desafinados - Wagner Tiso
Melhor Trilha Sonora Original5 Frações De Uma Quase História - Célio Balona, Lucas Miranda E Victor Mazarelo
Meu Nome Não É Johnny - Fabio Mondego, Fael Mondego, Marco Tommaso e Mauro Lima
Estômago - Giovanni Venosta
Linha De Passe - Gustavo Santaolalla
Ensaio Sobre A Cegueira - Marco Antônio Guimarães E Uakti
Melhor SomEnsaio Sobre A Cegueira
Chega De Saudade
Meu Nome Não É Johnny
Feliz Natal
Última Parada 174
Estômago
Ensaio Sobre A Cegueira - Daniel Rezende
Linha De Passe - Gustavo Giani E Lívia Serpa
Corpo - Idê Lacreta
Estômago - Luca Alverdi
Meu Nome Não É Johnny - Marcelo Moraes
Chega De Saudade - Paulo Sacramento
Melhor Montagem De DocumentárioCafé Dos Maestros - Alejandra Almirón E Gonzalo Santiso
Andarilho - Cao Guimarães
Condor - Célia Freitas
O Mistério Do Samba - Natara Ney
Romance Do Vaqueiro Voador - Ricardo Miranda
Melhor Roteiro OriginalÚltima Parada 174 - Bráulio Mantovani
O Banheiro Do Papa - César Charlone E Enrique Fernández
Estômago - Cláudia Da Natividade, Fabrízio Donvito, Lusa Silvestre E Marcos Jorge
Linha De Passe - Daniela Thomas E George Moura
Chega De Saudade - Luiz Bolognes
Melhor Roteiro AdaptadoNossa Vida Não Cabe Num Opala - Baseado Em Texto Original De Mário Bortolotto Di Moretti
Ensaio Sobre A Cegueira - Adaptado Do Livro Homônimo De José Saramago Don Mckellar
Nome Próprio - Livre Adaptação Dos Livros "Máquina De Pinball" E "Vida De Gato" De Clarah Averbuck, E De Textos Publicados Em Seu Blog Pessoal Elena Soarez, Melanie Dimantas E Murilo Salles
Onde Andará Dulce Veiga? - Adaptado Do Livro Homônimo De Caio Fernando Abreu Guilherme De Almeida Prado
Meu Nome Não É Johnny - Adaptado Do Livro Homônimo De Guilherme Fiuza Mariza Leão E Mauro Lima
Melhor Longa-Metragem Estrangeiro4 Meses, 3 Semanas E 2 Dias (4 Luni, 3 Saptamani Si 2 Zile, Ficção, Romênia) Dirigido por Cristian Mungiu. Distribuição: Lumière.
Desejo E Reparação (Atonement, Ficção, Reino Unido / França) - Dirigido por Joe Wright. Distribuição: Universal Pictures.
O Escafandro E A Borboleta (The Diving Bell And The Butterfly, Ficção, França) - Dirigido por Julian Schnabel. Distribuição: Europa Filmes.
Onde Os Fracos Não Têm Vez (No Country For Old Men, Ficção, Eua) - Dirigido por Ethan Coen E Joel Coen. Distribuição: Paramount Vantage.
Vicky Cristina Barcelona (Vicky Cristina Barcelona, Ficção, Espanha / In Dirigido por Woody Allen. Distribuição: Imagem Filmes.
Melhor Curta-Metragem De FicçãoCafé Com Leite - Dirigido por Daniel Ribeiro
Os Filmes Que Não Fiz - Dirigido por Gilberto Scarpa
Muro - Dirigido por Tião
Os Sapatos De Aristeu - Dirigido por Luiz René Guerra
Trópico Das Cabras - Dirigido por Fernando Coimbra
Melhor Curta-Metragem De DocumentárioDreznica - Dirigido por Anna Azevedo
O Homem Da Árvore - Dirigido por Paula Mercedes
Ismar - Dirigido por Gustavo Beck
Ocidente - Dirigido por Leonardo Sette
Rapsódia Do Absurdo - Dirigido por Claudia Nunes
Melhor Curta-Metragem De AnimaçãoAnimadores - Dirigido por Allan Sieber
Dossiê Rê Bordosa - Dirigido por César Cabral
Moradores Do 304 - Dirigido por Leonardo Cata Preta
Passo - Dirigido por Alê Abreu Terra
sábado, 7 de março de 2009
De Gus Van Sant. Com Sean Penn, James Franco, Josh Brolin, Emile Hirsch, Diego Luna, Lucas Grabeel.
Quando o mundo se rendeu a "O Segredo de Brokeback Mountain", de Ang Lee, em 2005, fazer filmes com temas gays, sem ser necesariamente do gênero gay virou moda. Pedro Almodóvar já fazia isso há muito tempo, aliás. O que torna "Milk" diferente no contexto é justamente a falta de medo que parece não ter pela reação. A confiança absoluta de que, não importa se o filme é sobre gays, ele vai ser aceito. E é o que acontece mesmo.O filme é mais do que a história de um homem gay nos anos 70. "Milk" é um drama político, um romance, um documetário ficcional, é tudo, menos essencialmente gay.
O filme narra a trajetória de vida de Harvey Milk, um homem que decide sair do armário aos 40 anos. Ele conhece Scott, um rapaz perdido nas ruas de Sao Francisco que se torna o amor de sua vida. Com o tempo, Milk e seu companheiro decidem estabelecer uma vida juntos e montam uma loja que acaba se tornando um point gay no bairro. A popularidade e coragem de Milk e sua capacidade de liderança ente os homossexuais o leva a concorrer a um cargo político, para defender os direitos dos gays. Ele acaba sendo eleito para um cargo da assembléia legislativa, se tornando o primeiro gay assumido a se eleger em um cargo público nos EUA. Só que Milk vai descobrir que ser o único gay no congresso não vai ser fácil, nem na carreira política nem na sua vida pessoal, que começa a desmoronar quanto mais ele se envolve na política.
O diretor Gus Van Sant entrega uma obra tão sensível que é impossível não gostar dela. A interpretação abissal de Sean Penn, digna do Oscar de Melhor Ator que ele recebeu, é parte absolutamente responsável do sucesso do filme,e também a coragem de mostrar o mundo gay como ele é, sem tentar esconder nenhum tipo de atividade sexual, casual ou não, que Milk pudesse ter. Mas o foco principal está mesmo na luta pelos direitos dos homossexuais nos anos 70, que por pouco não se tornou uma caça às bruxas digna do Macarthismo. O roteiro de Dustin Lance Black, totalmente original, já que ele nao conseguiu direitos de adaptação de nenhuma obra que falasse de Milk,ganhou o Oscar e é praticamente sem falhas. Uma grande obra que vai entrar para a história do cinema e provar que, aos poucos, o mundo vai mesmo perdendo seus preconceitos. A começar pela sala de cinema em que eu mesmo assisti, onde a maioria dos espectadores era de casais. Não homens ou mulheres sozinhas, o que levantaria uma suspeita. Mas casais: homem e mulher. O preconceito parece mesmo estar indo embora, tanto que filmes gays devem estar sendo cansativos para os gays...
Nota: 9,0