sexta-feira, 18 de julho de 2008

Why So Serious??? "Batman - O Cavaleiro das Trevas"

The Dark Knight (EUA, 2008)
De Christopher Nolan. Com Christian Bale, Heath Ledger, Aaron Eckhart, Maggie Gylenhaal, Morgan Freeman, Gary Oldman e Michael Caine.

Vou adiantando, nunca gostei de Batman. Digo, das histórias em quadrinhos, dos super-heróis em geral, nunca fui fã do Batman em primeira instância. Entre os filmes, reconheço a primazia do Batman, de Tim Burton, os méritos das continuações Batman Returns e Batman Forever. Reconheço a reinvenção necessária e os toques de luxo e respeito que o personagem ganhou em Batman Begins. Mas se há um filme que reflete a aura do homem-morcego é esse. Batman - O Cavaleiro das Trevas é sem dúvida o filme que mais exigiu de atores, roteiristas, operadores de câmera e do diretor uma dedicação maior para que juntos formassem a primazia em que o filme se tornou.

A história gira em torno do dilema de Batman em continuar sendo o protetor de Gotham City e foragido da lei ao mesmo tempo. Ele confia a posição de novo herói a Harvey Dent, promotor público honesto, competente e com um carisma único, capaz de convencer qualquer mortal. Tudo é regido na mais perfeita ordem, até as ações da máfia são ordenadas, fazem parte do cotidiano da polícia. Até que tudo fica comprometido quando o representante em carne e osso do caos entra em cena. O Coringa ão se satisfaz em perturbar a tranquilidade da cidade com seus crimes, mas se esforça em acabar com o Batman, perseguir Harvey Dent e os homens da lei e nem a própria máfia ele livra, causando a mais completa desordem. Quando o Coringa pede que o Batman revele a sua identidade antes que outras mortes ocorram, é hora de o cavaleiro das trevas por em cheque se ale a pena continuar sendo o paladino de Gotham.

Christopher Nolan construiu uma trama que tinha tudo pra dar errado, se estivesse em mãos erradas. Todos os personagens tiveram sua personalidade exposta com clareza e coerência, e nenhum saiu prejudicado. Desde o James Gordon de Gary Oldman até a outrora doce Rachel Dawes, agora na pele de Maggie Gylehnaal. Rachel é um dos pontos-chave do dilema de Batman e Maggie aparece em ótima forma. Sem contar a ótima fotografia e trilha sonora. Os efeitos especiais também são convincentes e adaptados para a realidade de Gotham.

A surpresa do filme foi Aaron Eckhart, numa atuação brilhante, fazendo qualquer um acreditar em Harvey Dent. Surpreende ainda quando a face de Dent se divide em duas, para formar o vilão Duas-Caras. Eu terminei o filme acreditando em Harvey Dent. Christian Bale foi mais Bruce Wayne do que em Batman Begins, revelando a alma do personagem, no eterno questionamento se o herói e seu alter-ego podem conviver em paz. E quando todos pensam que Batman se tornou coadjuvante do próprio filme, é que nos damos conta de que ele é mais importante do que se imagina.

Mas o filme foi dele. Não teve como esquecer que a estrela principal do filme era Heath Ledger. Seu Coringa nos faz esquecer de qualquer outro personagem que tenha feito. Ledger construiu um vilão psicótico e descontrolado, que serve como gancho principal para a desordem que se instala em Gotham. O Coringa de O Cavaleiro das Trevas vem representar aquele lado obscuro que todos tem dentro de si mas é controlado pela consciência e pelo caráter. Até que ponto alguem pode ser corrompido? É o que o Coringa tenta responder. E sim, Heath Ledger merece um Oscar Póstumo.

Pra quem não gostava de Batman, esse filme veio me convencer. Só mais uma frase pra acrescentar: o melhor filme da temporada, sério candidato a melhor do ano.

Nota: 10

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Onde está Wall-e?


Wall-e (EUA 2008)
De Andrew Stanton. Animação da Pixar Studios.

É incrivel como a animação surpreende a cada dia. Quando tudo que se conhecia já havia sido feito, a Pixar me sai com a animação digital Toy Story, e tudo mudou. É assim que começa a história de Wall-e. Pode-se dizer, sem medo de errar, que não há nada que a animação não consiga fazer. Fruto de um almoço histórico da Pixar, onde quatro histórias teriam sido criadas (Monstros S.A., Vida de Inseto e Procurando Nemo são as outras três), Wall-e veio confirmar que animação não é mais sinônimo de filme para crianças: ele cresceu.

Wall-e (Waste Allocation Load Lifter-Earth Class) é uma linha de robôs encarregada de limpar a Terra de toda a sujeira, já que ela se tornou inabitável. Com os humanos viajando por aí enquanto o planeta não é limpo, os robôs vão pifando um por um, até só sobrar um único exemplar. O único Wall-e continua limpando e recolhendo objetos que podem ser útil para a sua "vida", ao lado do único amigo que tem, uma barata. Até que a chegada de EVA, uma sonda encarregada de procurar vida na Terra, abala os sentimentos de Wall-e, que se apaixona pela robô.

Cheio de referências famosas (2001:Uma Odisséia no Espaço, Alô, Dolly! e até Titanic), o filme pode abalar os mais sensíveis. É impossível não se afeiçoar a Wall-e, se indignar com os humanos, que se tornaram tão desleixados e torcer pelo amor quase impossível de uma linhagem antiga com um robô de última geração. Mais uma conquista da Pixar, que já tinha entregue uma trama madura um ano antes, com Ratatouille. Wall-e agrada as crianças por ser quase que totalmente sem falas e por ter um visual incrível. Pode ser a animação definitiva, que vai colocar um nível para as próximas. Ponto para a Pixar, mais um Oscar vem aí.

Nota:9,5

Viagem ao Centro da Terra em 3D

Journey to the Center of the Earth 3D (EUA 2008)
De Eric Bervig. Com Brendan Fraser, John Hutcherson e Anita Briem

O cinema está mudando. Tudo está convergindo para o digital e todos os filmes têm que agregar valor financeiro para os estúdios. Os filmes em três dimensões tem a missão de agregar os dois em um só. Os filmes vão ser todos produzidos para que as coisas saltem sobre a tela. E enquanto o recurso não está aprimorado, eles vão tentando e entregam filmes como este Viagem ao Centro da Terra.

O filme se baseia na famosa história de Julio Verne para contar a história de um professor que vai atrás dos indícios de seu irmão, que sumiu. Além disso, tem que se mostrar responsavel pelo seu sobrinho, que tem que levar na bagagem por não ter com quem deixar e ainda conquistar o coração da guia das montanhas, que vai junto na viagem. Muitas palavras pra tentar resumir que os três vão entrar dentro da terra pra que o espectador tenha diversão.

Não me leve a mal, o filme diverte. Diverte tanto quanto um brinquedo dos parques da Disney. E esse é o motivo da parte negativa da crítica. Viagem ao Centro da Terra é um brinquedo, uma máquina de fazer dinheiro, não é cinema. Até é, mas não há preocupação com coerência de roteiro e interpretações. A história gira em torno dos efeitos, pra um dinossauro surgir na sua frente ou pássaros sairem voando na sua direção. Os efeitos 3D são incríveis, estão melhorando a cada novo filme. Mas considere este um teste. Vá ver pela pura e simples diversão. Quem sabe um filme decente esteja esperando pra ser projetado em 3D, e o público se envolva de verdae na história e não porque tenha coisas voando na sua cara. "Avatar" de James Cameron vem aí...

Nota: 6 Efeitos 3D: 9

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Why So Serious??? "Batman - O Cavaleiro das Trevas"

The Dark Knight (EUA, 2008)
De Christopher Nolan. Com Christian Bale, Heath Ledger, Aaron Eckhart, Maggie Gylenhaal, Morgan Freeman, Gary Oldman e Michael Caine.

Vou adiantando, nunca gostei de Batman. Digo, das histórias em quadrinhos, dos super-heróis em geral, nunca fui fã do Batman em primeira instância. Entre os filmes, reconheço a primazia do Batman, de Tim Burton, os méritos das continuações Batman Returns e Batman Forever. Reconheço a reinvenção necessária e os toques de luxo e respeito que o personagem ganhou em Batman Begins. Mas se há um filme que reflete a aura do homem-morcego é esse. Batman - O Cavaleiro das Trevas é sem dúvida o filme que mais exigiu de atores, roteiristas, operadores de câmera e do diretor uma dedicação maior para que juntos formassem a primazia em que o filme se tornou.

A história gira em torno do dilema de Batman em continuar sendo o protetor de Gotham City e foragido da lei ao mesmo tempo. Ele confia a posição de novo herói a Harvey Dent, promotor público honesto, competente e com um carisma único, capaz de convencer qualquer mortal. Tudo é regido na mais perfeita ordem, até as ações da máfia são ordenadas, fazem parte do cotidiano da polícia. Até que tudo fica comprometido quando o representante em carne e osso do caos entra em cena. O Coringa ão se satisfaz em perturbar a tranquilidade da cidade com seus crimes, mas se esforça em acabar com o Batman, perseguir Harvey Dent e os homens da lei e nem a própria máfia ele livra, causando a mais completa desordem. Quando o Coringa pede que o Batman revele a sua identidade antes que outras mortes ocorram, é hora de o cavaleiro das trevas por em cheque se ale a pena continuar sendo o paladino de Gotham.

Christopher Nolan construiu uma trama que tinha tudo pra dar errado, se estivesse em mãos erradas. Todos os personagens tiveram sua personalidade exposta com clareza e coerência, e nenhum saiu prejudicado. Desde o James Gordon de Gary Oldman até a outrora doce Rachel Dawes, agora na pele de Maggie Gylehnaal. Rachel é um dos pontos-chave do dilema de Batman e Maggie aparece em ótima forma. Sem contar a ótima fotografia e trilha sonora. Os efeitos especiais também são convincentes e adaptados para a realidade de Gotham.

A surpresa do filme foi Aaron Eckhart, numa atuação brilhante, fazendo qualquer um acreditar em Harvey Dent. Surpreende ainda quando a face de Dent se divide em duas, para formar o vilão Duas-Caras. Eu terminei o filme acreditando em Harvey Dent. Christian Bale foi mais Bruce Wayne do que em Batman Begins, revelando a alma do personagem, no eterno questionamento se o herói e seu alter-ego podem conviver em paz. E quando todos pensam que Batman se tornou coadjuvante do próprio filme, é que nos damos conta de que ele é mais importante do que se imagina.

Mas o filme foi dele. Não teve como esquecer que a estrela principal do filme era Heath Ledger. Seu Coringa nos faz esquecer de qualquer outro personagem que tenha feito. Ledger construiu um vilão psicótico e descontrolado, que serve como gancho principal para a desordem que se instala em Gotham. O Coringa de O Cavaleiro das Trevas vem representar aquele lado obscuro que todos tem dentro de si mas é controlado pela consciência e pelo caráter. Até que ponto alguem pode ser corrompido? É o que o Coringa tenta responder. E sim, Heath Ledger merece um Oscar Póstumo.

Pra quem não gostava de Batman, esse filme veio me convencer. Só mais uma frase pra acrescentar: o melhor filme da temporada, sério candidato a melhor do ano.

Nota: 10

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Will Smith com superpoderes! ... e só

Hancock (EUA 2008)
Com Will Smith, Charlize Theron, Jason Bateman.

Imagine todos os personagens de Will Smith. Agora imagina ele com superpoderes. Essa é a única premissa que basta para ver Hancock. Will Smith com superpoderes. Pronto. Mas o que acontece quando os produtores não sabem aproveitar isso e transformam o filme numa aventura enfadonha e clichê sobre todos os filmes de herói? Hancock, justamente por ter Will Smith e começar com a idéia do anti-herói, podia ser tudo menos clichê.

O filme conta a história de John Hancock, um vagabundo preguiçoso que não estaria nem aí pro mundo se não fosse um detalhe: ele é a pessoa mais forte do mundo e pode voar, além de ser invulnerável e imortal. Até que salva a vida de um relaçoes públicas que quer mudar a imagem de Hancock, para que ele seja um herói aceitável na sociedade. Hancock ainda tem um envolvimento com a mulher do RP, que vai muito além do que ele imagina que seja.

Infelizmente tudo isso não basta para segurar o filme. A narrativa demora para explicar o que aconteceu com Hancock, de onde ele veio e outras coisas que possam fazê-lo verossímil. E acaba caindo no clichê do lado humano e sensível do super-herói. Falta um vilão à altura dele e um melhor aproveitamento das supostas cenas engraçadas. Piadas fracas, algumas salvas por Jason Bateman e pelo próprio Smith, e uma atuação desnecessária de Charlize Theron, que não convence. Vale mesmo pelas cenas de ação e efeitos visuais (palavra de ordem em Hollywood) e pelo próprio Will Smith (com superpoderes), que segura qualquer filme. Mas que podia ser mais, podia.

Nota: 6 (7 por ter Will Smith no elenco)

Agente 86


Get Smart (EUA, 2008)
De Peter Segal. Com Steve Carrell, Anne Hattaway, Dwayne Johnson, Alan Arkin, Masi Oka.

Você começa esperando muito de Agente 86. Por alguma razão, você começa com essa expectativa. Não sei por que eu não. Já fui sabendo que ia encontrar Steve Carrell sendo ele mesmo mais uma vez. Talvez isso tenha me feito gostar um pouco do ritmo do filme. Comédias não são o meu forte, admito. Meu senso de humor deve ter ido fazer um cruzeiro pra Marte. Agente 86 é bom, mas não bom o bastante.

O filme é a adaptação da série famosa dos anos 70, e traz a história de Maxwell Smart, o Agente 86, que se torna agente depois de a sede do C.O.N.T.R.O.L.E. ser tomada por terroristas russos. Com inúmeros apetrechos no estilo agente secreto, ele parte numa missão para encontrar bombas e materiais nucleares escondidos pela K.A.O.S., a agência de contraespionagem inimiga. É quando o filme começa a ficar bom. Ele faz deboche de todos os filmes de agente secreto (inculindo James Bond) ao mesmo tempo que os exalta. E acaba não comprometendo a narrativa do filme, nem quando Max se envolve com a Agente 99, que começa durona, mas vai amolecendo ao decorrer do filme.

Ótima pedida para um fim de semana, não deve ser levado a sério como filme. Boas piadas, ótimo elenco, até Dwayne Johnson, o eterno "The Rock" do WWE, estava bem. Anne Hattaway amadureceu finalmente e está preparada para bons papéis. Steve Carrell ainda é Steve Carrell. "Pequena Miss Sunshine" ainda é seu melhor filme depois de "O Virgem de 40 Anos", que o revelou. Com certeza deve ter uma sequência, principalmente para atrair os saudosistas.

Nota: 7,5