sábado, 9 de fevereiro de 2008

Juno. Apaixone-se.


Juno
(EUA, 2007) Direção: Jason Reitman. Com Ellen Page, Michael Cera, J.K. Simmons, Jennifer Garner, Jason Bateman.


Depois de quase três semanas tentando assistir a Juno na pré-estréia, finalmente consgeui. Se as expectativas em torno de Juno se confirmassem, com certeza levaria o Oscar de Melhor Filme. A história da adolescente que engravida acidentalmente do melhor amigo é envolvente, emocionante, engraçada, é tudo. O que a Juno da escritora Diablo Cody tem de diferente de todas as outras adolescentes descerebradas do cinema americano? Simples: Juno não é descerebrada!

Juno é o tipo de garota que todo mundo um dia conheece, mas tem vergonha de admitir. A não ser que tenha sido igual a ela. Ela é esperta, descolada, um pouco desajustada, desregulada, mas não faz nenhum estereótipo do tipo que estamos acostumados. Ela não é nenhuma cheerleader loira de pompons; ela não é a nerd que se mata de estudar e só pensa nisso; ela não é a gótica depressiva que só se veste de preto; tampouco é a popular da escola. Nem a própria Juno sabe ao certo quem ela é e parte do filme é em torno dessa busca por si mesma. Como o próprio filme faz questão de deixar claro, Juno é única. Ela acaba engravidando pela maneira mais natural do mundo...pelo amor. Claro que foi uma estupidez não ter se protegido, fato que ela não nega. Mas a ingenuidade tanto de Juno, quanto de Beeks (Michael Cera) o pai da criança, prova de que não teria outra explicação para o que aconteceu se ambos não gostassem um do outro. Quando Juno decide entregar a criança (ou "a coisa", como ela chama) para adoção e começa a se envolver na vida do casal que vai receber a criança (Jennifer Garner, incrível e Jason Bateman, o adulto que ainda não cresceu totalmente) ela percebe que está crescendo e essa criança vem no momento em que ela justamente começa a curtir a melhor fase da vida: a das escolhas.


Diablo Cody entrega um roteiro mais que original, simples e de fácil identificação com o espectador. não há que não enxergue em Juno um pouco de si mesmo. Jason Reitman (diretor) constrói uma trama na dose certa de drama e comédia com humor inteligente. Mas o filme não seria o mesmo se não fosse todo o talento de Ellen Page (X-men: O Confronto Final). Ela é a alma de Juno e sua interpretação é tão natural quanto magnífica. Sem nenhum esforço ela entrega uma das melhore personagens do cinema do ano. Vale lembrar também a incrível trilha sonora, sobretudo a canção que Juno e Paulie Bleek cantam no fim do filme...

Oscar? Deve certemente levar o de Roteiro (eu apostei nisso, por favor), já que a fórmula é a que vem agradando a academia há anos (Vide Brilho Eterno de Uma Mente sem Lembranças e Pequena Miss Sunshine). Com muitas surpresas, não custa nada torcer para levar a de Melhor Filme e de atriz para Ellen Page. Improvável, mas para Juno, nada é impossível.

Nota: 9,5

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